Com
a inauguração do novo Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de
Tráfego (C3OT), nesta segunda-feira, dia 15 de setembro, a Praticagem de São Paulo pretende garantir ainda mais agilidade e
segurança nas manobras dos navios no Porto de Santos. Câmeras estrategicamente
situadas ao longo de todo o canal do Porto, equipamentos de última geração para
medição de ondas, profundidade e
visibilidade e tecnologia capaz de
fornecer informações em tempo real permitirão o monitoramento, com absoluta
precisão, de todo o canal navegável do porto santista, com seus 20 quilômetros
e 67 terminais e berços de atracação.
A
necessidade de implantar o novo Centro de Operações surgiu da nova realidade do
porto de Santos, como explica o presidente da Praticagem, Paulo Sérgio Barbosa:
“Os navios estão cada vez maiores, com dimensões praticamente dobradas nos
últimos 13 anos. Mas as condições geográficas do porto não mudaram: o canal
continua estreito e sinuoso”.
O
sistema já existe em outros portos modernos do mundo, mas é implantado e
mantido pela autoridade portuária. Em alguns casos, as praticagens comandam o
serviço, mas a Praticagem de Santos será a primeira a possuir esse equipamento,
considerado o mais atualizado.
Para
aumentar a segurança num canal que compartilha o tráfego de balsas, iates e
barcos de pesca e um intenso movimento de navios foram posicionadas doze
câmeras que cobrem todo o canal. Com isso, pode-se agora monitorar o navio em
todo o seu trajeto, com recursos de zoom com capacidade de detalhar eventuais
ocorrências.
As
imagens são transmitidas em tempo real para o Centro de Coordenação, Comunicações
e Operações de Tráfego, que tem um vídeo-wall
equipado com dez telas de LCD de 46 polegadas. Qualquer emergência será
avisada imediatamente ao prático pelo rádio.
Para
avaliar as condições do mar e a meteorologia, há novos equipamentos
oceanográficos. Uma onda mais forte ou uma ressaca, por exemplo, modifica as
condições do mar e os novos aparelhos vão mostrar a situação exata em tempo
real. A altura das marés será avaliada também em tempo real, a partir de cinco
estações instaladas na Ilha das Palmas, Praticagem, Capitania, Ilha Barnabé e
Usiminas.
A
praticagem conta agora também com visibilímetros
capazes de prevenir situações de baixa visibilidade, como a formação repentina
de nevoeiros, que podem comprometer a segurança da navegação
Todas as lanchas da
Praticagem estão equipadas com AIS e câmeras e uma delas fará o monitoramento
constante da área, informando o Centro por rádio sobre qualquer anomalia, como
navio atracado com cabos brandos, manchas de óleo ou obstáculos à navegação.
SALA
DE CRISE
Toda
essa capacidade de monitoramento será colocada à disposição da cidade de Santos
e do porto, em situações de emergência. O Centro dispõe também de uma sala de
crise para reunir gerentes, diretores e autoridades marítima e portuária em que
todas as informações e imagens disponíveis serão fornecidas para auxiliar a
tomada de decisões.
A
PRATICAGEM
Responsável pela
manobra dos navios nos portos de Santos e São Sebastião, a contribuição da Praticagem de São Paulo tem
sido fundamental para a quebra constante dos recordes de exportação nesses dois
portos. Legalmente, os práticos devem manter uma atalaia apenas para a
escalação dos práticos e lanchas que os transportam para as manobras. Na
prática, porém, têm realizado altos investimentos para garantir maior agilidade
no trabalho de coordenação do tráfego.
A Praticagem de São
Paulo realiza 12 mil manobras por ano e sua estrutura conta agora com o moderno
Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego, equipado com a mais
moderna tecnologia disponível. Essas atividades têm o suporte de cem
funcionários, estaleiro e 18 embarcações. Funciona 24 horas por dias durante os
365 dias do ano. Toda estrutura é mantida para atender 120 manobras diárias, o
que é uma garantia para o setor portuário de que nenhum navio deixará de ser
manobrado, mesmo no pico máximo. A média diária atual é de 32 manobras.
MAIS CARGA, MENOS E
MAIORES NAVIOS
Até o ano 2000, a
predominância dos navios que operaram no cais santista era de navios que tinham
arqueação entre 10 e 20 mil toneladas. Eram embarcações consideradas grandes,
com 160 metros de comprimento e 25 metros de largura. Treze anos depois, esse
quadro mudou radicalmente: e, em 2013 o crescimento das manobras de navios com
arqueação de mais de 50 mil toneladas disparou, atingindo 2.900 embarcações.
A dimensão dos navios
praticamente dobrou, atingindo até 336 metros de comprimento. É como se fosse acrescido às antigas
embarcações o comprimento de um campo de futebol padrão Fifa. Esse crescimento
não foi acompanhado pelas condições do canal de navegação, que se mantêm praticamente
inalterado, e ainda com maior estreitamento em alguns trechos.
A conjunção navios
muito maiores em um mesmo canal estreito obriga o prático a trabalhar em
situação maior de risco e com perícia absoluta, para garantir que o tráfego
aconteça com segurança e agilidade.
Resultado: em 13 anos
registrou-se aumento de 331% nos contêineres movimentados, 165% na carga geral,
embora o número de escalas tenha se elevado em apenas 62% no período.
Ainda mais
significativa é a variação observada nos últimos cinco anos. De 2009 para 2013,
houve elevação de 50% no número de contêineres, aumento de 37% na tonelagem e
redução de 10% no número de navios.
A inauguração do atual
Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego da Praticagem de São
Paulo integra o esforço histórico da Praticagem de São Paulo para superar
barreiras que possam prejudicar o tráfego no mais importante porto do País.