Praticagem de São Paulo comemora 90 anos da fundação oficial

15:24

Chuva, vento, marés altas e outras condições adversas fazem parte dos desafios enfrentados diuturnamente pelos práticos para realizar as manobras dos navios nos portos de Santos e São Sebastião.


A Praticagem de São Paulo, que neste mês de junho celebra 90 anos de fundação oficial,  é padrão de referência no Brasil, na América Latina e no mundo. E não por acaso. A região exige expertise dos profissionais, equipamentos de última geração e antecipação dos desafios. 

Condições ambientais inesperadas, como um vento acima do limite, também podem ocorrer no meio da manobra, assim como emergências, como um leme travado, falha de máquina ou apagão do navio. Tudo isso acontece em áreas mais restritas à navegação, em meio a prédios nas margens do canal, praias e reservas ambientais.

Com o moderno Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego e monitoramento do tráfego marítimo em tempo real das operações, batimetria e a utilização do sistema Redraft para determinação do calado dinâmico, a Praticagem de São Paulo tem otimizado o canal da navegação com manobras casadas e seguras, contribuindo para alavancar o constante crescimento do Porto de Santos, permitindo que  os navios carreguem mais e demorem menos tempo para entrar e sair do complexo.

Trabalho nota 10

Em todos os portos do mundo em que as características e as peculiaridades locais dificultem a livre e segura navegação dos navios, é necessário um profissional especializado que conheça profundamente a geografia local, o comportamento das correntes marítimas, os perigos da navegação (pedras, altos fundos, bancos de areia), as características dos ventos, das correntes de maré. 

Em nossa região, a Praticagem de São Paulo representa esse universo, com seus profissionais experientes assessorando os comandantes a conduzir o navio em segurança, o mais longe possível de perigos e obstáculos. A fundação oficial da Praticagem de São Paulo ocorreu no dia 27 de junho de 1933, quando o Ministro de Estado dos Negócios da Marinha, Almirante Protógenes Pereira Guimarães, assinou o Aviso nº 2.195 constituindo a Associação dos Práticos da Barra e Canal do Porto de Santos.

Desde que começaram o comércio marítimo e as navegações com navios se deslocando em diferentes lugares, sempre existiu esse profissional. Hoje o prático tem que ser uma pessoa extremamente qualificada, não apenas um técnico nesse conhecimento local, mas nas tecnologias e aumento das dimensões que os navios incorporaram.

O prático vai a bordo para evitar acidentes ou otimizar as consequências dos inevitáveis, que podem provocar a poluição ambiental, mortes, danos ao patrimônio público e privado e fechamento de um porto com muitos prejuízos econômicos. Por isso os práticos estão em treinamento constante, inclusive em centros internacionais, e atualizados com as inovações tecnológicas, além de conhecer o vento, as marés e as correntes da região em que atuam.

Em 6 de novembro de 2015, a Câmara Municipal de Santos prestou homenagem à Praticagem de São Paulo pelos serviços à comunidade, “realizando as manobras com agilidade e grau de excelência comparáveis aos mais modernos e importantes portos do mundo, apesar das conhecidas restrições geográficas do canal de Santos”. E o Dia da Praticagem foi oficializado pelo Decreto Lei 3294 de 2016, da Prefeitura Municipal.

A Praticagem de São Paulo é respeitada internacionalmente pela agilidade no setor marítimo. Em 2020, os práticos Fábio Abreu e Márcio Teixeira receberam o Prêmio IMO por Bravura Excepcional no Mar, reforçando um trabalho que prima 24 horas pela segurança no mar e da comunidade.

Como uma orquestra

Fábio Mello Fontes, Presidente da Praticagem de São Paulo é prático há 54 anos, mas antes disso já atuava no Porto de Santos pela Marinha Mercante. Ele lembra que a Praticagem é universal, existe para proteger as instalações portuárias, o meio ambiente a vida humana e a comunidade: “É uma profissão milenar que exige aperfeiçoamento constante, inclusive das novas tecnologias que os grandes navios vêm incorporando. Costumo comparar o nosso trabalho à regência de uma orquestra de peso, em que é preciso conhecer e administrar os desafios”.

Quando falamos em praticagem hoje, falamos em moderna tecnologia e inovação que alavancam a expertise dos práticos a serviço da segurança dos navios que chegam ao complexo santista, cada vez maiores em dimensões e volume de cargas. O Porto de Santos tem uma média de 34 manobras por dia, sendo que algumas dessas manobras utilizam dois práticos em navios de grandes dimensões.

Manobras casadas


Conduzindo navios cada vez maiores e otimizando as operações, a Praticagem de São Paulo contribui para que os portos de Santos e São Sebastião continuem a bater recordes de movimentação de cargas, essenciais para o desenvolvimento do Brasil.

As manobras com navios especiais ou manobras casadas são eventos críticos, em que a pontualidade em cada etapa e as velocidades de execução são fundamentais pela complexidade de coexistirem dois navios gigantes num mesmo espaço restrito, com potencial interação hidrodinâmica envolvida. “Nossa missão é dar toda segurança para as operações, com monitoramento em tempo real, evitando berços de atracação vazios e navios aguardando. Se as condições estão dentro das normas locais, o período de ociosidade dos berços tem sido reduzido”, comenta Fontes.

E novos desafios virão. A Praticagem de São Paulo antecipa o futuro e os práticos foram treinados em grandes centros internacionais de simulação para operar os navios de 366 metros que em breve chegarão ao Porto de Santos. 

O presidente da Praticagem também reforça a ligação importante que a Praticagem de São Paulo faz questão de manter com a comunidade da região, seja através de parcerias na área educacional para ampliar a capacitação dos trabalhadores do Porto, seja com doações para instituições sociais e investimentos para garantir a excelência do trabalho. 

Para Fontes, sempre é tempo de celebrar uma atividade essencial, realizada em parceria com toda comunidade marítima da região: “Nós, como todos os santistas, nos orgulhamos de fazer parte dessa engrenagem fantástica que é o Porto de Santos. Temos a maior fronteira do Brasil com o mundo, daqui entram e saem navios de todas as regiões”.

Fonte: Praticagem de São Paulo


Fragata Liberal chega ao Porto de Santos em Celebração ao Dia da Marinha

19:32

 Fragata Liberal


Como parte das comemorações do Dia da Marinha, a Fragata Liberal chega ao Porto de Santos no dia 23 de junho. O Navio estará aberto à visitação pública gratuita, proporcionando uma excelente oportunidade para a população da Baixada Santista conhecer o navio e as tradições marinheiras.

A Fragata, que participará de uma missão de combate à pirataria no Golfo da Guiné (África), tem o propósito de conduzir ações da guerra naval e realizar o controle de áreas marítimas, desempenhando um papel importante na defesa das nossas águas, notadamente da “Amazônia Azul”, garantindo a soberania nacional e a segurança marítima.

- Características do Navio

Comprimento total: 129,2 metros

Deslocamento carregado: 3.200 toneladas

Tripulação: 209 militares, sendo 22 Oficiais e 187 Praças

Velocidade Máxima: 30.5 nós (cerca de 57 Km/h).


- Visitação Pública à Fragata “Liberal”


Local: Cais da Marinha, s/nº - Porto de Santos

Data: 25 de junho de 2023 (domingo)

Horário: 09h às 16h30

Entrada: Gratuita.

A Marinha do Brasil e a Sociedade Amigos da Marinha (Soamar-Santos) convidam a população que, voluntariamente, queiram contribuir com a doação de fraldas descartáveis (geriátricas e infantis) e alimentos não perecíveis, poderão fazê-lo no dia da visitação pública. O material arrecadado será doado para instituições beneficentes da Baixada Santista.


Dissertação de mestrado avalia variações ambientais na zona marinha do sul do Brasil

11:29

 ACÚMULOS DE LAMA NO FUNDO DO OCEANO PODEM SERVIR COMO REGISTRO DAS TRANSFORMAÇÕES DO PLANETA AO LONGO DO TEMPO GEOLÓGICO


No dia 03 de maio, a mestranda Caroline Aparecida Pereira Dias, do Instituto Oceanográfico da USP (IO-USP), defendeu a dissertação “Avaliação de variações ambientais através da composição elementar de sedimentos de mudbelts da plataforma continental sul do Brasil”. O trabalho se baseia na análise do material recolhido durante as expedições do navio oceanográfico Alpha Crucis ao longo da costa sul do Brasil, evento que foi noticiado no ano de 2019, em uma matéria da Agência Universitária.

As plataformas continentais são extensões submersas dos continentes que vão desde a zona costeira até a profundidade de aproximadamente 200 metros. Sujeitas a diferentes eventos e processos, causados tanto pelo ser humano como pela natureza, essas plataformas podem acumular diferentes tipos de sedimentos sobre suas superfícies, como os mudbelts – cinturões de lama, traduzido para o português. 

A partir da análise da composição química destes materiais, o estudo da mestranda conseguiu verificar as variações ambientais que ocorreram ao longo de, aproximadamente, dez mil anos e que correspondem a duas épocas geológicas: o Holoceno, nome dado para o intervalo que se inicia 11,7 mil anos atrás; e Antropoceno, nomenclatura proposta para o período dos últimos dois séculos, caracterizado pela intensa e crescente interferência humana nos ambientes naturais. 


Além disso, um outro fator que influenciou nos resultados da mestranda é a proximidade dos materiais recolhidos com o Rio da Prata. De acordo com Caroline, esse cenário pode ter relação com o fluxo de compostos provenientes de atividade humana na América Latina que foram depositados nesse rio: “Nós realizamos medições em testemunhos ao longo de todo litoral sul do Brasil e percebemos que quanto mais próximo do sul, ou seja, quanto mais próximo do Rio da Prata, mais alterações de origem antrópica havia na composição dos metais”. 


Segundo a pesquisadora, até mesmo compostos emitidos para a atmosfera podem influenciar os mudbelts. Para exemplificar isso, ela cita a grande utilização de compostos enriquecidos em chumbo na gasolina consumida na América do Sul entre as décadas de 1930 e 1990: “Há estudos que indicam que esse chumbo foi para atmosfera e acabou sendo depositado no oceano.”


Caroline finaliza que as alterações observadas nos mudbelts servem de testemunho da interferência humana na zona marinha do sul do Brasil. A mestranda, garante, porém, que as concentrações de metais encontradas ainda não indicam níveis de contaminação na região, nem possíveis consequências negativas para os ecossistemas marinhos.

Após a análise e a separação dos sedimentos retirados durante a expedição, foram notadas alterações correspondentes tanto a eventos naturais, quanto a eventos oriundos de intervenções humanas. Sobre os impactos antrópicos, a mestranda ressalta que várias atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, a descarga de efluentes industriais e domésticos e a mineração, podem ter provocado variações nestas plataformas: “Observamos o enriquecimento de alguns metais presentes nos mudbelts desde a década de 1930, o que pode estar associado ao início da Revolução Industrial no Brasil”.

Fonte: AUN USP

O mar é parte essencial das nossas vidas. - SP Ocean Week 2023

15:14


O mar é parte essencial das nossas vidas. Ele nos protege e nos alimenta, distribui ventos e chuvas, regula as temperaturas e fertiliza o planeta. É o lar de milhares de formas de vida. Nos traz paz, alegria e descanso e é fonte de infinita inspiração cultural. Mas ele não é inesgotável.

O mar está sujo e cansado, quase sem forças para se recuperar. Suas águas estão mais quentes, mais poluídas e suas riquezas estão sendo destruídas. Algo precisava ser feito.

No dia 5 de dezembro de 2017 as Nações Unidas declararam os anos 2021 a 2030 como Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. Essa Década construirá uma estrutura comum para garantir que a ciência oceânica possa apoiar plenamente os países na implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

A Década proporcionará uma oportunidade única para se criar um novo alicerce, por meio da interface ciência– política, para fortalecer a gestão dos nossos oceanos e zonas costeiras em benefício da humanidade.

A Década fortalecerá a cooperação internacional necessária para desenvolver pesquisas científicas e tecnologias inovadoras que sejam capazes de conectar a ciência oceânica com as necessidades da sociedade. Contribuirá também para os processos da ONU que protegem o oceano e seus recursos, como as Metas de Aichi para a Biodiversidade, o Caminho de Samoa, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e o Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres.

A Década exigirá o envolvimento de diversas partes interessadas para criar novas ideias, soluções, parcerias e aplicações, tais como: cientistas, governos, acadêmicos, formuladores de políticas, empresas, indústria e sociedade civil.

A Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO foi encarregada pela Assembleia Geral da ONU para trabalhar com todas as partes interessadas para delinear uma Década da Ciência Oceânica que nos ajudará a obter o oceano que precisamos para o futuro que queremos

Para reverter este cenário de iminente colapso dos oceanos, a Assembleia Geral das Nações Unidas nomeou a década de 2021-2030 como a Década das Nações Unidas para a Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. Serão dez anos de esforços conjuntos de todas as nações para resgatar a saúde do oceano e entregar para as próximas gerações um mar como nós o conhecemos: limpo, saudável, produtivo e sustentável.

É neste contexto que a revista Scientific American Brasil e a Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano, vinculada à Universidade de São Paulo (USP), através dos seus institutos Oceanográfico (IO-USP) e de Estudos Avançados (IEA-USP), tomaram a iniciativa de realizar anualmente em São Paulo, a Marina Week, um grande festival para celebrar o oceano  e discutir as questões cruciais para o seu futuro.

São Paulo, a maior metrópole das Américas, localizada a 80 km da orla, possui uma dinâmica e histórica ligação com o mar, que precisa ser resgatada e vivenciada. O estado abriga o maior porto da América Latina e um dos principais institutos oceanográficos do país; seu litoral, com ricas e diversificadas belezas naturais, biodiversidade e culturas tradicionais, é destino de lazer de milhões de paulistas e brasileiros, que interagem continuamente com o mar.

Ao longo de cinco dias uma intensa programação voltada para o público geral e composta por seminários, painéis, exposições, espetáculos artísticos, mostras de cinema, workshops de ONGs de conservação marinha, gastronomia sustentável e encontros com grandes personalidades do mar, a Marina Week é um grande momento de celebração e resgate do nosso oceano.

Porque o oceano é um só. E é de todos nós.

Detalhes do evento

Quando: de 31/05/2023 - 08:00 a 04/06/2023 - 22:00

Onde: Memorial da América Latina, Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo

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Inscrições

Evento público e gratuito | Sem inscrição prévia

Organização

Cátedra Unesco para Sustentabilidade do Oceano (IEA e IO USP)

Scientific American Brasil (SCIAM)

UNESCO

UNITWIN

Apoio

Memorial da América Latina

Instituto Costa Brasilis

United Nations Decade of Ocean Science for Sustainable Development

TV Cultura

Programação

(Em breve)

Location Memorial da América Latina, Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo