ANTAQ realizará Prêmio ANTAQ 2019

22:33

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários realizará o Prêmio ANTAQ 2019. A cerimônia de entrega acontecerá em 11 de dezembro, na sede da Agência, em Brasília. A partir de 1º de outubro, estarão disponíveis no site o regulamento e demais informações sobre o evento.

O Prêmio ANTAQ, que está em sua terceira edição, objetiva reconhecer iniciativas que contribuam para melhorar o serviço prestado pelas empresas de navegação e pelas instalações portuárias reguladas pela Agência, fomentar a produção técnico-científica e disseminar as boas práticas relacionadas à operação e gestão no setor aquaviário.

Neste ano, serão premiados trabalhos nas seguintes categorias: Maior Índice de Desempenho Ambiental 2019, categoria Desempenho Ambiental; Maior evolução anual do IDA, categoria Desempenho Ambiental; Qualidade de Atendimento ao Usuário; Iniciativas Inovadoras; e Artigo Técnico e Científico.

Para o diretor-geral da ANTAQ, Mário Povia, o prêmio é a materialização de projetos idealizados no âmbito do Planejamento Estratégico da Agência. “A ANTAQ, valendo-se de seu protagonismo setorial, consolida a instituição do Prêmio ANTAQ, prestigiando iniciativas inovadoras, eficiência e criatividade, bem como estimulando a produção de artigos do setor aquaviário”, destacou.

Para o diretor Adalberto Tokarski, “o prêmio é fundamental como reconhecimento de trabalhos de excelência realizados nos setores portuário e de navegação. A questão da sustentabilidade é primordial para a Agência. Esse prêmio valoriza aqueles e aquelas que contribuem para uma logística eficiente e, acima de tudo, que vai ao encontro do meio ambiente”.

Já o diretor Francisval Mendes, o Prêmio ANTAQ “está vocacionado a encorajar a reflexão da sociedade em torno da importância do modal aquaviário para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. E também para identificar contribuições para a melhoria da efetividade das empresas que operam no setor regulado, seja especificamente na dimensão da sustentabilidade ambiental, seja no aperfeiçoamento da adequada prestação de serviços aos usuários, ou ainda fortalecendo mecanismos de gestão das empresas”.

Mais informações: premioantaq@antaq.gov.br

Fonte: ANTAQ (27 de setembro de 2019 )

Marinha do Brasil participa da SC Expo Defense – Feira de Tecnologias e Produtos de Defesa

15:53

Abertura da primeira edição da Expo Defense 
 
A Marinha do Brasil participa da primeira edição da SC Expo Defense – Feira de Tecnologias e Produtos de Defesa, de 27 a 29 de setembro, em Florianópolis-SC. A feira, promovida pelo Centro das Indústrias do Estado de Santa Catarina (CIESC), entidade da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), apresenta produtos, novas tecnologias e projetos estratégicos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
 
A abertura do evento contou a participação do Ministro da Defesa, General do Exército Fernando Azevedo e Silva, entre outras autoridades civis e militares. O Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, que esteve presente na ocasião, destacou a importância da feira. “A Expo Defense é mais uma oportunidade de aproximação da Força com o estado de Santa Catarina, não só na área industrial, mas também na tecnológica e científica. O Projeto “Classe Tamandaré” e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos vão impulsionar a economia, a capacitação e gerar milhões de empregos”, pontuou.
 
Durante a feira, estão expostos diversos equipamentos militares como embarcações, aviões de vários modelos, helicópteros, carros blindados, uniformes inteligentes e simuladores de voo. O Presidente do Comitê da Indústria de Defesa de Santa Catarina, Cesar Augusto Olsen, destaca que a feira apresenta produtos, novas tecnologias da indústria e projetos estratégicos da Marinha, Exército e Aeronáutica que estão em andamento. “A Expo Defense também orienta as empresas sobre os requisitos para fornecer às Forças. As compras militares vão muito além de armamentos e incluem produtos básicos como alimentos, roupas, calçados, fardamento, mobiliário e eletrodomésticos, por exemplo”, disse.
 
Além da feira, com estandes de instituições de ensino, startups e indústrias de médio e grande porte de segmentos variados (metalmecânico, têxtil, de tecnologia, entre outros), o evento conta com uma série de painéis na programação técnica paralela. A agenda inclui ainda a apresentação de projetos estratégicos da Defesa, painel sobre internacionalização de empresas e atração de investimentos, discussão sobre o potencial da indústria da Defesa Brasileira e palestra sobre a economia do mar como instrumento de desenvolvimento do País.

Fonte: Marinha do Brasil

Diretoria de Hidrografia e Navegação realiza cerimônia militar em comemoração ao Dia do Hidrógrafo

15:49

Foto oficial do Dia do Hidrógrafo
 
A Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) promoveu, no dia 27 de setembro, no Complexo Naval da Ponta da Armação (CNPA), a tradicional cerimônia militar alusiva ao Dia do Hidrógrafo. A data marca o nascimento do Capitão de Fragata Manuel Antônio Vital de Oliveira, Patrono da Hidrografia Brasileira e realizador da primeira campanha hidrográfica de grande envergadura em águas nacionais.
 
Como parte das celebrações, foi realizada uma Missa em Ação de Graças na Capela do CNPA. Na ocasião, 44 militares e civis foram reconhecidos com o título de Hidrógrafo Honorário, destinado a militares e civis não hidrógrafos que tenham contribuído de forma significativa para o desenvolvimento da hidrografia brasileira. Foi concedido, ainda, o Prêmio Comandante Vital de Oliveira, a oito Oficiais, in memoriam, que concluíram em primeiro lugar o Curso de Aperfeiçoamento de Hidrografia para Oficiais. Após as homenagens, foram lançados a Carta Náutica nº 4.711 (Da Foz do Rio Madeira à Ilha do Capitari) e o Sistema de Carta de Correntes de Maré da Baía de Sepetiba.
 
Presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante de Esquadra Celso Luiz Nazareth, representando o Comandante da Marinha, a solenidade contou também com a presença dos ex-Ministros da Marinha, Almirantes de Esquadra Alfredo Karam e Mauro César Rodrigues Pereira; dos ex-Comandantes da Marinha, Almirantes de Esquadra Julio Soares de Moura Neto e Eduardo Bacellar Leal Ferreira; do Ministro do Superior Tribunal Militar, Almirante de Esquadra Alvaro Luiz Pinto; do Diretor-Geral de Navegação, Almirante de Esquadra Marcelo Francisco Campos; de ex-Diretores-Gerais de Navegação; e de ex-Diretores de Hidrografia e Navegação.

Fonte:Marinha do Brasil

Gustavo Martins presidente do Conselho Nacional de Praticagem recebeu o título de Hidrografo Honorário pela DHN

18:10

O Diretor-Presidente do Conselho Nacional de Praticagem, Prático Gustavo Henrique Alves Martins, recebeu, nesta sexta-feira, o título de Hidrógrafo Honorário, um reconhecimento pelos esforços à frente do Conapra em prol da hidrografia brasileira e da divulgação da mentalidade marítima.

A entrega ocorreu na cerimônia alusiva ao tradicional Dia do Hidrógrafo (28 de setembro), na Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, em Niterói.

"Temos que fazer um esforço para trazer o entendimento de que a hidrografia é fundamental para o desenvolvimento econômico do país e deve permear a sociedade civil", disse.

Fonte: Conapra

Praticagem de Pernambuco apoia afundamento de embarcações para pesquisa e turismo

18:07



Duas embarcações de pesquisa – sem uso e deterioradas – foram afundadas em operação conduzida por autoridades com apoio da Praticagem de Pernambuco. A ação, no dia 16 de setembro, foi a melhor opção pensando-se na conservação ambiental, na continuidade de pesquisas e no turismo.

Empregados por décadas como veículos da ciência brasileira, os navios Riobaldo e Natureza estavam, desde 2006, no píer do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene) e foram afundados com uso de explosivos pela Polícia Federal, a cerca de sete quilômetros da costa e a uma profundidade de 27 metros. As embarcações ficaram a 40 metros uma da outra.

A iniciativa conjunta envolveu a Marinha do Brasil, o Ministério do Meio Ambiente, o ICMBio, o Ibama, a Embratur e o Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco.

A área escolhida para os naufrágios apresenta baixa densidade de vida e vai permitir a consolidação de arrecifes artificiais, atraindo diversas espécies marinhas para o local; favorecendo, assim, o acompanhamento do fenômeno por pesquisadores e o fomento ao turismo relacionado às atividades de mergulho.

A Praticagem de Pernambuco disponibilizou a Lancha de Prático empregada para transbordo das equipes e assessoria técnica na faina de reboque. Além disso, contribuiu com o planejamento que levou ao sucesso da operação, ampliando o número de navios afundados no Programa Nacional de Recifes Artificiais.

O chamado parque dos naufrágios artificiais de Pernambuco conta agora com 14 navios. No futuro, está prevista uma exposição no Cepene com as peças das duas embarcações.

Fonte: CONAPRA

Marinha do Brasil no Dia Mundial da Limpeza

17:18


 No dia 21 de setembro, a Marinha do Brasil vai se unir a milhares de voluntários em todo o país para uma maratona de limpeza em celebração ao World Cleanup Day (Dia Mundial da Limpeza). A data simboliza a necessidade de conscientização da sociedade para o problema do descarte irregular de resíduos sólidos urbanos, incluindo detritos marinhos.

O “Dia Mundial da Limpeza” teve início em 2008, na Estônia, quando 50.000 pessoas se uniram para limpar todo o país, em apenas cinco horas. Este ano, dezoito milhões de voluntários, de 157 países, unem-se nesse movimento considerado o maior da história no que tange à coleta de lixo.


Visando  contribuir  para  as  ações  de  conscientização  ambiental  
previstas  no  Plano  Nacional  de Combate  ao Lixo no Mar, a Marinha do Brasil incentiva a população a participar, junto dos seus militares, dos eventos promovidos pela Força nas praias, rios, lagos e ambientes costeiros do país.

No Rio de Janeiro, uma representação da Marinha se juntará ao Instituto Aqualung e à WISTA Brasil para distribuir sacolas biodegradáveis e coletar lixo nas areias, com a seguinte programação:

- INSTITUTO AQUALUNG  PROJETO TATUÍ
Local: Copacabana, Avenida Atlântica 2300, em frente Hotel Marriot
Horário: 08h

- WISTA (WOMENS INTERNATIONAL SHIPPING & TRADING ASSOCIATION)
Local: Barra da Tijuca, em frente Hotel Mercury
Horário: 09h



Eventos similares, atinentes ao World Cleanup Day, serão realizados em diversas cidades de todas as regiões do país, destacando-se Belém-PA, Brasília-DF, Ladário-MS, Manaus-AM, Natal-RN, Rio Grande-RS, Salvador-BA e Santos-SP.



Fonte: DPC - Assessoria



MARINHA PARTICIPA DO DIA MUNDIAL DA LIMPEZA - Baixada Santista

17:10

A Marinha do Brasil (MB), por meio da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), em parceria com Prefeituras da Baixada Santista realizará nesta sexta e sábado, dias 20 e 21, o Dia Mundial da Limpeza. Militares da CPSP e voluntários do Projeto Navega São Paulo, do Programa Forças no Esporte (PROFESP), do 13° Grupo Escoteiro do Mar Almirante Barroso e do 55o Grupo Escoteiro Morvan Dias Figueiredo realizarão a coleta de lixo no mangue no Canal de Bertioga, no estuário do Porto de Santos  nas praias de Santos.

O resíduo coletado será separado, classificado e pesado por Organizações Não Governamentais (ONG) ligadas à Prefeitura de Santos.

Mais de 150 países participam desta edição do Dia Mundial da Limpeza, que está atrelada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

No sábado, as equipes irão se reunir na Praça das Bandeiras no bairro Gonzaga em Santos às 08h30.

Fonte: Capitania dos Portos de São Paulo

“O que seria do Brasil sem o mar?”, provoca Frederico Brandini

16:34


Ser banhado pelo oceano forjou a identidade do país. Foto: Pixabay.

((o))eco divulga, em forma de coluna, a palestra realizada pelo professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), Frederico Brandini, no evento Conexão Oceano, realizado no Museu do Amanhã (03/09), no Rio de Janeiro. 
O evento reuniu cientistas, atletas, jornalistas, influenciadores e artistas para discutir a importância de um oceano saudável para a vida. 
*
Eu vou começar essa minha narrativa fazendo uma pergunta: por que nós brasileiros sofremos de um autismo coletivo generalizado sobre a importância dos oceanos no nosso cotidiano, na nossa história, na nossa cultura, na nossa socioeconomia, na nossa geopolítica? Acho que a resposta é muito simples: tem tudo a ver com educação.
O nosso ensino fundamental negligencia muito informações e temas em geral sobre os oceanos nos currículos didáticos das escolas públicas e privadas. Eu viajei e morei em alguns países do Hemisfério Norte e tive oportunidade de ver muitas vezes grupos de crianças e estudantes ao longo da orla marítima sendo acompanhados por monitores com uma cestinha coletando organismos marinhos na maré baixa e fazendo perguntas do tipo “por que o mar é salgado?”, “Por que o mar sobe e desce todos os dias?” Isso foi extremamente importante para forjar essa mentalidade marítima que o povo daqueles países precisam. Eu raras vezes vi isso no Brasil. Não lembro de ter visto nos livros didáticos das escolas que frequentei textos sobre os ambientes marinhos.

Palestra de Frederico Brandini, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), proferida no evento Conexão Oceano, realizado no Museu do Amanhã. Foto: José Roberto Couto.

O Ministério da Marinha teve que criar o termo “Amazônia Azul” para nosso oceano, como um apelo à sociedade brasileira para valorizar nosso mar. Isso porque a lua dos principais movimentos ambientalistas brasileiros são, sem dúvida, em defesa dos biomas terrestres, sobretudo a Floresta Amazônica, que está em foco atualmente devido às queimadas naturais e ilegais. Mas vale lembrar que o conjunto dos nosso biomas é que o que define nossa biodiversidade e estabelece trajetórias importantes na nossa cultura, história e sócio economia. E os oceanos representam ⅓ do território nacional.
Outra pergunta que eu gostaria de deixar no ar para vocês durante a minha narrativa: pensem como seria o Brasil se nós não fossemos um país costeiro. Se nós não tivéssemos o mar certamente a nossa história seria completamente diferente. Talvez nem teríamos sido descobertos pelos portugueses. Nossa cultura seria totalmente diferente. Provavelmente não haveria os romances de Jorge Amado, nem as canções de Dorival Caymmi e provavelmente não haveria nem Bossa Nova e nem Garota de Ipanema. Esses são alguns poucos itens da nossa cultura diretamente inspirados pela presença do oceano. Além de forjar a história e a cultura de países costeiros, o mar oferece inúmeras vantagens econômicas e geopolíticas. Do ponto de vista econômico, o mar oferece rotas comerciais, pesca e turismo costeiro que no Brasil representa pelo menos cerca de sete por cento do PIB e muito mais do que isto em vários países.
Na geopolítica, o mar tem sido motivo de disputas importantes e para citar apenas alguns exemplos na América do Sul, vejam o caso da Bolívia que recentemente perdeu junto ao Tribunal Internacional de Haia a disputa com o Chile a mais de um século o acesso ao Oceano Pacífico para poder usufruir dos benefícios marinhos. Mais para o sul o Canal de Beagle disputado entre chilenos e argentinos por décadas e também, as Ilhas Malvinas que detonou uma guerra entre Argentina e Inglaterra no início da década de 1980. Nesse caso o interesse não é nas Ilhas Malvinas propriamente dito, mas no mar da sua zona econômica exclusiva, que é uma das regiões mais ricas em recursos pesqueiros do planeta, além do que evidentemente a Inglaterra usa as Malvinas como um ponto geopolítico importante para a sua presença hegemônica no Atlântico Sul.
Há algumas décadas os economistas atribuíram valor econômico a processos ecológicos e seu papel na produção agrícola (p.ex.). É o que se conhece hoje como bens e serviços ecossistêmicos. A ideia começou nos campos agrícolas. Sabe-se as florestas adjacentes são fundamentais na produção de culturas domesticadas. Isso porque essas culturas precisam ser polinizadas por animais. Durante milhões de anos estabeleceu-se esse vínculo, essa intimidade reprodutiva entre insetos e pássaros que buscam néctar e pólens nas flores dessas culturas para o seu sustento. É muito importante saber que essas culturas necessitam dessas florestas. Daí surgiu a ideia de como valorizar a natureza, e agregar valor aos produtos em função dos serviços ecossistêmicos florestais.
O mar oferece bens e serviços semelhantes, mas em escalas regionais e sazonais muito variáveis. Eu gostaria de destacar aqui dois tipos de bens e serviços ecossistêmicos marinhos. O primeiro, e que já foi mencionado aqui pelos meus antecessores, é o da escala da história natural da Terra. O nosso planeta tem 4,6 bilhões de anos e durante aproximadamente 1 bilhão de anos não havia oxigênio na atmosfera ou dissolvido na água do mar primitivo. Era um planeta anóxico. Todos os átomos de oxigênio estavam nas moléculas de água e nas ronchas carbonáticas. A vida começou nos oceanos com formas simples de vida anaeróbica. A vida surgiu nos oceanos. Se houvesse vida como a de hoje naquela época, sem oxigênio, qualquer coisa que ousasse “pôr o dedo” (desculpem a força de expressão) fora dos oceanos, era fritada imediatamente pelo excesso de radiação ultravioleta. O calor era insuportável porque havia muito CO2 na atmosfera. Um efeito estufa extremo. Até que cerca de 3,6 bilhões de anos atrás, surgiu em uma bactéria marinha uma molécula capaz de usar a energia solar. Surgiram as cianobactérias que existem até hoje, capazes de produzir seu sustento através da fotossíntese. A fotossíntese primeva sugou muito CO2 atmosférico, e com isso o efeito estufa decresceu reduzindo a temperatura mais ou menos aos níveis de hoje. Além disso também se produziu muito oxigênio que após se dissolver nas águas dos oceanos foi sucessivamente transferido para a atmosfera formando inclusive a camada de ozônio, que amenizou a intensidade da radiação ultravioleta. Esse foi um grande legado que o oceano deixou para a evolução da vida terrestre e, evidentemente, é por isso nós estamos aqui hoje. Que preço tem isso? Faz algum sentido avaliar esse serviço global?
“Metade de todo o oxigênio que vocês vão respirar por toda a sua vida é produzida pelos oceanos”.
Água doce á outro recurso imensurável oriundo dos oceanos em benefício da vida terrestre. O ciclo hidrológico foi primeiramente idealizado por Aristóteles. Ele observava os rios desembocando nos mares ao redor da Grécia, cujo nível da água nunca subia além da maré alta. E deduziu que havia um balanço equilibrado entre evaporação e precipitação. O ciclo hidrológico é fundamental e começa nos oceanos. A evaporação forma reservatórios subterrâneos, rios, lagos e geleiras. E sem água doce é impossível a vida terrestre, ou seja, mais uma contribuição dos oceanos na manutenção da vida terrestre.
A produção do oxigênio, como já mencionaram aqui, é outro recurso que os oceanos desempenham papel essencial.  Metade de todo o oxigênio que vocês vão respirar por toda a sua vida é produzida pelos oceanos. Ao contrário do que se pensa, a Amazônia não é o pulmão do mundo. Ela contribui com 1-2% dos reservatórios dinâmicos do ciclo do oxigênio. Tudo o que ela produz de oxigênio pela fotossíntese das árvores é consumido pela respiração animal.
Equilíbrio térmico, oxigênio e água são serviços globais para a humanidade e para a vida em geral impossível de se avaliar. Existem outros serviços na escala regional, pelos quais os países costeiros disputam incessantemente. São bens e serviços ecossistêmicos divididos em três categorias: recursos-vivos, recursos não-vivos e recursos não-extrativos.
Quando se pensa em recursos-vivos, a primeira coisa que se vêm em mente é a pesca. A pesca existe há milênios. Comunidades costeiras sempre extraíram alimentos dos oceanos. Hoje em dia, além da pesca, a biotecnologia tornou-se um recurso vivo estratégico do ponto de vista sócio econômico. Uma das mais antigas biotecnologias marinhas comercializada pelas primeiras civilizações da Europa Oriental foi a produção da “púrpura” pelos Fenícios. Trata-se de um corante vermelho  extraído de glândulas de molusco do gênero Murex, oriundo do Mar Mediterrâneo. A púrpura era usada para tingir tecidos com um tom vermelho-violeta. Os mantos dos generais romanos eram tingidos com púrpura. Aristóteles calculou que uma grama de púrpura valia uma grama de ouro. Eram necessárias cerca de mil desses organismos marinhos para tingir apenas um manto. Essa foi uma das principais indústrias biotecnológicas da época. Com a queda do Império Romano, os Cardeais da Igreja Católica em Roma continuaram a usar os seus mantos tingidos por púrpura.
“ Brasil tem aproximadamente 8.500 quilômetros de costa. Nós temos basicamente todos os principais ecossistemas costeiros que vocês encontram no mundo”.
Em relação aos recursos não-vivos, eu destaco dois tipos: os recursos minerais e os recursos energéticos. Recursos minerais são conhecidos de todos vocês: a areia da construção civil, o calcário para a fertilização agrícola são apenas alguns exemplos. Atualmente há uma disputa internacional pela exploração mineral de fundos abissais repletos de nódulos metálicos ricos em manganês, ferro, níquel e terras raras, muitas delas usadas em tecnologias digitais. Essas televisões que tem esse colorido de extremo contraste vêm de alguns desses minerais raros em jazidas terrestres e 90% dessas reservas estão na China, com previsão de se esgotar em algumas décadas. Nos fundos oceânicos das bacias do Índico, Pacífico e Atlântico encontram-se reservas abundantes desses minerais. O Brasil recentemente solicitou às Nações Unidas um território submerso da Elevação do Rio Grande, a 600 milhas da costa sul brasileira, e está incorporando uma área promissora na exploração desse segmento.
Outro tipo de recurso não-vivo são os recursos energéticos, que atualmente ainda é baseada na extração do petróleo e gás. O problema é que esses são combustíveis fósseis condenados a acabar e criando todos os problemas ambientais que vocês já conhecem. A emissão de gases oriundos da queima dos combustíveis fósseis intensifica o efeito estufa, acidifica os oceanos e consome oxigênio. No entanto, o mar oferece alternativas para a matriz energética global do futuro. Vários países já estão lançando mão de energias alternativas, tais como energia das ondas, energias de maré, energia de gradientes de salinidade e temperatura. Já existem programas experimentais sobre a extração de energia elétrica a partir do fluxo de água provocado por pressões osmóticas em regiões estuarinas. O mesmo é possível com gradientes térmicos. A primeira usina de produção de energia elétrica por gradiente térmico – vocês sabem que nas regiões equatoriais o mar é bem quente e a cerca de 100 metros de profundidade, ele é bem frio – foi feita pelos franceses em 1934 ao largo de Cuba. Com o bombeamento de água profunda mais fria e água de superfície mais quente e a diferença de temperatura entre as duas massas de água, é possível expandir e contrair um gás amônia e gerar energia elétrica. A segunda experiência também feita pelos franceses foi no mar ao largo de Recife em 1937. Eles conseguiram fazer um navio ficar iluminado durante três meses gerando energia elétrica pelos gradientes térmicos. Infelizmente, essa cultura de energias renováveis desapareceu na época porque petróleo e gás já dominavam a matriz energética mundial. Aliás petróleo, é controvertido do ponto de vista ambiental. Tem os seus problemas de poluição, sem dúvida nenhuma. Mas lembrem-se que até meados do século XIX toda a Europa era iluminada com óleo de baleia. A caça de baleias era uma atividade comercial extremamente lucrativa e se não tivessem descoberto o petróleo provavelmente hoje não haveria mais baleias.

O PIB nacional passa, necessariamente, pelos oceanos. Foto: Foto: Frauke Feind/Pixabay.

O terceiro recurso que eu gostaria de chamar atenção são os recursos não-extrativos. Por exemplo, o transporte marítimo. 98% do PIB nacional depende do escoamento dos nossas commodities pelos oceanos.
Outro recurso não-extrativo é a beleza cênica da região costeira: O Brasil tem aproximadamente 8.500 quilômetros de costa. Nós temos basicamente todos os principais ecossistemas costeiros que vocês encontram no mundo. Temos praias arenosas, aliás a maior praia do mundo (Praia do Cassino, com cerca de 200 quilômetros), temos inúmeras lagoas costeiras, como a Lagoa Rodrigo de Freitas aqui no Rio e as famosas lagoas aqui do norte fluminense. Temos a maior lagoa do mundo, a Lagoa dos Patos. Temos costões rochosos com suas comunidades epilíticas específicas, ilhas costeiras e oceânicas, estuários importantes, como o do Rio Amazonas, o maior estuário do mundo que deságua 200 mil metros cúbicos de água doce por segundo no Oceano Atlântico. E ocupando essa geodiversidade costeira, temos biomas importantíssimas do ponto de vista ecológico e socioeconômico tais como manguezais e recifes calcários, a maioria deles formados por algas calcárias. São poucas as espécies de corais que temos aqui, mas algumas delas são importantíssimas porque só existem aqui no Brasil. E tudo isso é extremamente importante para o turismo costeiro. O Brasil não é abundante em recursos pesqueiros porque está do lado errado da Bacia do Atlântico, onde não ocorrem ressurgências em massa como  nas costas da África, onde ventos associados ao movimento de rotação da Terra afastam as águas superficiais para longe da costa dando espaço para a entrada de águas frias e ricas em nutrientes de camadas profundas. Do lado de cá os ventos empiçham águas quentes e pobres em nutrientes. Ressurgências só em Cabo Frio e em alguns pontos restritos da costa sudeste. Mas qual recurso marinho vale mais: cardumes de sardinha ou a beleza cênica costeira que agrega valor ao turismo.
A colonização do Brasil pelos portugueses iniciou-se pela zona costeira e hoje somos aproximadamente 70 milhões de brasileiros que habitam a zona costeira que é uma zona de conflitos socioambientais e econômicos. Várias atividades colaboram para o impacto ambiental costeiro no Brasil tais como a exploração petrolífera, logística portuária, agricultura, indústrias que se instalaram na costa, maricultura, extração mineral, extração vegetal, pecuária, pesca, reflorestamento, salinas, recreação turística e urbanização. O impacto desses conflitos são parcialmente aliviados com espaços de conservação tais como as áreas marinhas protegidas.
“Não se iludam: não existem mais áreas pristinas nos oceanos. Traços de DDT usado na década de 50 nos EUA podem ser detectados em peixes na Antártica. Todo o atum pescado no Oceano Pacífico tem traços de mercúrio.”.
Mas eu tenho algumas ressalvas em relação à eficácia das nossas áreas marinhas protegidas. Eu acho que elas são necessárias, sem dúvida, porque são importantes para preservar a biodiversidade marinha. No entanto, eu gostaria de lembrá-los que o mar tem uma conectividade enorme através das correntes marinhas que transportam todo o tipo de contaminação sólida e líquida dissolvida tornando as áreas protegidas tão vulneráveis a contaminantes como qualquer região ao longo da costa, incluindo as ilhas oceânicas que não escapam dessa contaminação
Não se iludam: não existem mais áreas pristinas nos oceanos. Traços de DDT usado na década de 50 nos EUA podem ser detectados em peixes na Antártica. Todo o atum pescado no Oceano Pacífico tem traços de mercúrio. Atualmente a sociedade global mais se preocupa com a poluição sólida dos plásticos. Claro que plástico é um problema seríssimo, que afeta o topo da cadeia alimentar. Os animais marinhos são atraídos pelo cheiro impregnado nos substratos plásticos. Quando chegam ao mar transportado pelo esgoto urbano, pedaços de plástico representam um novo substrato que é imediatamente colonizado por um filme microbiano. Evidentemente, tartarugas que se alimentam de medusas, sentem o odor de compostos marinhos no plástico e os confundem com sua dieta preferida. Vocês sabem que a visão é um sentido extremamente limitado nos oceanos. Nós precisamos de instrumentos com sensores específicos para poder estudar e entender como os oceanos funcionam. Além do som que se propaga com eficiência no meio líquido, e serve como forma de comunicação entre mamíferos marinhos, o mundo dos oceanos também é percebido pelos animais através do olfato. Se você jogar um pedaço de plástico na cara de uma tartaruga ela não vai abocanha-lo imediatamente. O plástico precisa se impregnar com o odor dos compostos marinhos para então ser confundido com alimento por peixes, répteis, mamíferos e aves marinhas.  O fato é que tem muito mais plástico no leito submarino do que boiando na superfície. Um dos relatórios do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas constatou que existe em média cerca de 100 mil peças de plástico por milha quadrada no leito dos oceanos.
Pior do que o plástico sólido, que afeta o topo da teia alimentar, é o plástico que se degrada pelos raios ultravioletas e pelas intempéries do mar, transformando-se em moléculas de polímeros não degradáveis e que contaminam (pra sempre) a base da teia alimentar e todos os níveis tróficos superiores. É como um vírus para o qual não existe solução. Hoje em dia, sabe-se que o nano plástico é um problema gravíssimo e encontra-se em carnes de peixes de valor comercial. Ou seja, nós também estamos comendo pedaços microscópicos de plástico o que é grave do ponto de vista sanitário.

Barbatana de tubarão. Foto: Jeso Carneiro/Flickr.

Um outro problema gravíssimo, também oriundo dessa ingratidão da sociedade global em contaste com a generosidade do mar, são os poluentes orgânicos persistentes oriundos das indústrias médica- farmacêutica e cosmética. Por exemplo, a zona costeira mundial está contaminada por anti-inflamatórios (p.ex., Cataflan), anticoncepcionais e antidepressivos. Sem contar a cafeína e a cocaína que se concentram na zona costeira adjacente a grandes centros urbanos. Também são problemas sérios difíceis de serem solucionados.
Falamos muito de aquecimento global e esquecemos da salinização costeira. Quando as populações crescem, necessitam reter água doce para obras públicas e abastecimento da população. Menos água doce nos oceanos significa mais água salgada na costa. Um mar mais salgado torna-se mais denso e com isso as correntes de maré atuam com maior força de arrasto e capacidade de erosão costeira. Como por exemplo as barragens do Rio São Francisco que reduzem o volume de água doce na zona costeira e retém sedimentos, causando sérios problemas ambientais e alteração da biodiversidade com a salinização e déficit de areia provocando perda de habitats.
Eu também gostaria de mencionar rapidamente o que eu considero crimes hediondos contra os oceanos. Por exemplo, a matança de um milhão de tubarões por ano para retirar as barbatanas dorsais e peitorais usadas na culinária de alguns países asiáticos. Matar filhotes de foca do Ártico com porrada na cabeça para atender a demanda estúpida da sua linda pele branca pela alta costura (a meu ver fora de moda), e a pesca sem manejo da pesca comercial que arrasta indiscriminadamente o leito oceânico em busca de camarão e peixes nobres sem se preocupar com o descarte. Não sei se vocês sabem que o Maracanã tem cerca de 300 e poucos metros de extensão por 200 m e pouco metros de largura, e  uma altura aproximada de 35 metros. Eu mesmo fiz os cálculos e estimei 2 milhões e 700 mil metros cúbicos o volume do Maracanã. Vejam que um metro cúbico de peixe é mais ou menos uma tonelada. Isso significa que no Maracanã cabem dois milhões e setecentas mil toneladas de peixes. Nós retiramos do mar pela pesca industrial cerca de 100 milhões de toneladas de peixe por ano. O esforço de pesca aumenta cada vez mais para atender essa demanda. Isso representa “44 Maracanãs” cheios de peixes até o topo. A estupidez da pesca em algumas regiões das ilhas do Pacífico e mesmo aqui no Brasil chega ao extremo de usar bombas com graves problemas ambientais e sociais. E o que nós devolvemos? Como eu disse, devolvemos ao mar toda a porcaria que a sociedade humana produz na forma de contaminantes sólidos e líquidos.
Para finalizar, eu diria que se nós queremos continuar a usufruir dessa generosidade oceânica, vamos pelo menos tentar acertar os ponteiros da sustentabilidade ambiental e da responsabilidade social. Isso pode ser feito de duas formas: melhorando o currículo didático do ensino fundamental. Nós precisamos implantar na mente das crianças a importância dos oceanos, educando as gerações futuras. Outra forma é essa que está acontecendo aqui. Eu parabenizo a Fundação O Boticário, os patrocinadores do evento, que teve uma ideia genial de convidar vocês da plateia, muitos dos quais são formadores de opinião e podem ajudar a na construção de uma consciência coletiva do povo brasileiro, pelo menos aqueles que não tiveram oportunidade de estudar no ensino fundamental, sobre a importância de sermos umas nação costeira. Que possam tornar os brasileiros menos omissos em relação aos problemas que o mar está enfrentando atualmente. Obrigado.
Frederico Brandini
Oceanógrafo e líder Avina que participou de várias expedições do Programa Antártico Brasileiro. Trabalhou como Professor do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná.

Fonte: https://www.oeco.org.br/colunas

Amazônia não é única área importante para combater mudança climática

11:32

Professora Mary Gasalla 

A Semana do Clima da América Latina e do Caribe reuniu cinco mil pessoas em Salvador, entre gestores, ambientalistas, cientistas e empresários para discutir uma preocupação que une o mundo: soluções para combater e lidar com as mudanças climáticas. O evento é preparatório para a COP25, reunião do clima da ONU marcada para dezembro, no Chile.

Os especialistas reafirmaram a urgência de reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e também de impor um limite menor de aquecimento da Terra: em vez de dois graus, um grau e meio. “Muitos painéis trataram de estratégias de descarbonização e assim chegamos nessa questão”, conta ao Jornal da USP no Ar a professora Mary Gasalla, do Instituto Oceanográfico (IO), que participou do encontro.

Ela diz que “houve um minuto de silêncio para a Amazônia”. A organização da Semana do Clima também enviou uma mensagem de solidariedade aos povos que sofrem com os incêndios na região, ao final do evento. Segundo o Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi registrado um aumento de 82% no número de focos em relação ao ano passado. A especialista salienta que 2019 não é ainda um período de seca.

A professora destaca que há diversas áreas de combate às mudanças climáticas. Algumas relativas às adaptações da matriz energética. Outras naturais, como a floresta, que, com mais desmatamento, podem desequilibrar o ciclo do carbono e o ciclo hidrológico, na medida em que passariam a se tornar emissoras. “Temos que entender as causas do problema. Senão é igual tratar uma febre. Toma novalgina, o calor passa, mas a doença permanece. Uma hora, o estoque do anti-inflamatório acaba”, compara. Segundo ela, é necessário atacar as causas do problema.

No combate às mudanças climáticas, outro campo natural importantíssimo são os oceanos e áreas costeiras. Mary aponta que 40% da população do mundo mora nas costas. E que o Brasil não é só Amazônia, o País conta com 87.491 quilômetros de litoral que absorvem e sofrem impactos. Além disso, se não houver reversão no efeito-estufa, o nível do mar pode subir 70 cm até o final do século, afetando justamente quem mora nas zonas costeiras.

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) soltará o primeiro relatório especial da história sobre oceanos e criosfera (área congelada da Terra), de acordo com a professora. “Foram mostrados impasses que acontecem em pequenos países insulares, e no oceano global afetando a pesca especialmente. O Chile e o Caribe foram exemplos de ações governamentais concretas para tratar da pesca e da aquicultura sob enfoque da adaptação”, expõe. A base de alimentação de muitas populações costeiras é a pesca marítima. “Inclusive, nossas pesquisas apontam dados importantes sobre essas projeções e a vulnerabilidade social dessas comunidades”, diz.

Mary avisa que o relatório completo será divulgado na segunda semana de setembro. “Não posso liberar informações antecipadas por questões de impacto”,  justifica. Ela ressalta a importância da preservação dos oceanos ganhar destaque no debate público. “É uma consciência que há pouco as pessoas não tinham”, lembra.

Foi assinada uma carta para promover a ação climática dos oceanos nas políticas públicas na Semana do Clima da América Latina e do Caribe. Havia empresários, prefeitos e agentes públicos de toda a América no evento. “Os prefeitos de Manaus, Recife, Curitiba, entre outros, assinaram o documento”, indica a oceanógrafa. Um avanço para uma abordagem mais holística do desenvolvimento sustentável. “Não somos só Amazônia”, brinca a docente. Os oceanos, além da função social, também são muito importantes nos ciclos de carbono e oxigênio, em razão da vida que abrigam e como termo-reguladores do planeta.


Fonte: Jornal da USP

Agência Fluvial de Imperatriz participa de evento socioambiental “Dia D–Mostre seu Amor pelo Rio Tocantins”

11:14

Militares e participantes do “Dia D – Mostre seu amor pelo Rio Tocantins”
A Agência Fluvial de Imperatriz participou do evento socioambiental conhecido como “Dia D – Mostre seu amor pelo Rio Tocantins”, promovido pela Empresa Suzano Papel e Celulose, em 31 de agosto. O objetivo do evento é a conscientização da população local quanto aos resíduos deixados nas praias da região. A atividade contou com o apoio de voluntários que ainda realizaram a coleta de resíduos no Porto da Balsa, Cais da Beira Rio e nas praias do Cacau, do Meio e da Bela Vista, no estado do Tocantins.
A Agência Fluvial de Imperatriz empregou duas embarcações que auxiliaram no transporte de voluntários para a praia do Meio, além de disponibilizar militares que contribuíram na coleta e transporte dos resíduos.
Participaram do evento o Agente Fluvial de Imperatriz, o Comandante do 50º BIS e o membro da Diretoria de Relações e Gestão Legal da Suzano, Mauro Rangel.

Fonte: Marinha do Brasil

Base do Instituto Oceanográfico em Ubatuba comemora 65 anos

17:15

Reitor Vahan Agopyan visita o Laboratório de Aquicultura Marinha da Base Norte do IO, em Ubatuba – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O reitor Vahan Agopyan visitou as instalações da Base de Pesquisa “Clarimundo de Jesus”

Inaugurações e homenagens marcaram as comemorações pelos 65 anos da Base de Pesquisa “Clarimundo de Jesus” do Instituto Oceanográfico (IO), no dia 5 de setembro. “Pela primeira vez temos a visita de um reitor a esta Base, cujo terreno foi escolhido pelo próprio professor Besnard, nosso patrono. Hoje é um dia muito especial e toda a equipe do IO se uniu para proporcionar este evento. Todos nós fazemos parte dessa história”, afirmou a diretora do Instituto, Elisabete de Santis Braga da Graça Saraiva.

O reitor Vahan Agopyan visitou as novas instalações da Base, acompanhado pelos professores do Departamento de Oceanografia Biológica, Daniel Eduardo Lavanholi de Lemos e Rubens Mendes Lopes, que apresentaram os projetos desenvolvidos no Laboratório de Aquicultura Marinha Multiusuários e no Laboratório Integrado de Processos Oceanográficos.

“Não é fácil para uma instituição manter uma base como essa por 65 anos e outra, em Cananeia, por quase 70 anos. Tudo isso não aconteceu espontaneamente, é fruto do trabalho de pessoas que se dedicaram e se comprometeram com o desenvolvimento do Instituto. É essa continuidade que garante que a pesquisa aqui desenvolvida gere resultados para toda a sociedade. Hoje vocês são os herdeiros desses visionários e estão aqui garantindo um futuro melhor para o nosso País”, ressaltou Agopyan.
O Espaço Didático “Edmundo Ferraz Nonato” tem capacidade para 40 alunos e é equipado com ar condicionado, sistema de som, internet e telão digital – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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Quatro dessas pessoas que marcaram a história do Instituto foram homenageadas em quadros com fotos e biografias: o ex-diretor Wladimir Besnard, os professores João de Paiva Carvalho e Edmundo Ferraz Nonato e o técnico de laboratório, Clarimundo de Jesus.

Prestigiaram a visita o superintendente de Relações Institucionais, Ignácio Maria Poveda Velasco; o controlador-geral Adalberto Américo Fishmann; o diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), Carlos Ferreira dos Santos; o vice-diretor do Centro de Biologia Marinha (Cebimar), André Carrara Morandini; o diretor do Centro de Coordenação de Estudos da Marinha em São Paulo, capitão de Mar e Guerra Rogério Prado Lima de Souza; a secretária Municipal de Educação de Ubatuba, Pollyana Fátima Gama Santos; além de representantes de entidades parceiras, docentes, pesquisadores e funcionários do IO, tanto da base quanto da sede.

Base de Pesquisa “Clarimundo de Jesus”

A necessidade de estabelecer laboratórios no litoral do Estado de São Paulo dedicados à Oceanografia, com fácil acesso ao mar, para dar apoio às atividades práticas educacionais e aos projetos de pesquisas, foi uma preocupação desde a criação do então Instituto Paulista de Oceanografia, em 1946.

O terreno para a primeira dessas Bases de Pesquisa foi adquirido em 1950, na região lagunar de Cananeia, litoral sul do Estado. No ano seguinte, em 1951, o Instituto foi incorporado à USP e passou a se chamar Instituto Oceanográfico, tendo como diretor o professor Wladimir Besnard.

[A partir da esq.] Santos, Lemos, Agopyan, Fishmann, Elisabete e Poveda – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Em 1954 foi adquirido o terreno na Praia do Lamberto, em Ubatuba, para a instalação de uma segunda Base de Pesquisa, dessa vez no litoral norte. No mesmo ano começam as atividades de medições do terreno e, em 1955, foram concluídas as obras e realizada a primeira atividade acadêmica: um curso de Oceanografia e Biologia Marinha patrocinado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês).
Em 7 de julho de 1998, em homenagem a um antigo e dedicado servidor do IO, a Base Norte passou a chamar-se Base de Pesquisa “Clarimundo de Jesus”.

Atualmente, a Base possui capacidade para acomodar 70 pessoas e recebe pesquisadores de várias Unidades da USP e de outras instituições de pesquisa, brasileiras e estrangeiras, atuando também em parceria com a iniciativa privada, no desenvolvimento de novos empreendimentos, e com a Prefeitura de Ubatuba.

“Como ex-aluna do IO, estou muito emocionada por estar neste evento representando o prefeito Délcio José Sato. Para nós, é muito importante abrigar um instituto desse porte em Ubatuba”, afirmou a secretária Municipal de Agricultura e Pesca de Ubatuba, Paula Bonjorno.

Fonte e autor: Por Erika Yamamoto - https://jornal.usp.br

















Conapra apoia lançamento do mais completo glossário da Marinha Mercante

16:40



Na última quarta-feira (4/9), foi lançado, no Museu Naval, no Rio de Janeiro, o Glossário de Termos e Expressões da Marinha Mercante – Inglês/Português, de autoria do Capitão de Longo Curso Alberto Pereira de Aquino. Com duas mil páginas em três volumes, o material é resultado de um trabalho de 50 anos do Comandante e será de extrema utilidade a colegas marinheiros, estudantes, pesquisadores, tradutores e civis interessados pelo assunto.
O glossário reúne termos técnicos, expressões e siglas em inglês adotados na Marinha Mercante, muito úteis a bordo e nos trabalhos do autor como técnico e professor. Comandante Aquino foi segundo piloto, primeiro piloto e imediato em 12 navios da antiga Frota Nacional de Petroleiros (Fronape), hoje Transpetro. Depois, prestou assessoria para grandes empresas do setor e passou a dar aulas, contribuindo, inclusive, na implantação do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (Ciaga), onde foi instrutor.

“Não é todo homem que tem a visão e o espírito público de reunir e compartilhar com a comunidade essa quantidade de termos técnicos em inglês de grande valia a quem estuda, pesquisa ou trabalha no setor”, escreveu, no prefácio, o Diretor-Presidente do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), Prático Gustavo Henrique Alves Martins.

Muito emocionado pela realização de um sonho, Comandante Aquino agradeceu o apoio do Conapra à publicação:

– Sem o Conapra, todo este acervo seria relegado a uma prateleira. Eu registrava tudo em fichas, depois passei para o computador na década de 90. Fui sempre acrescentando termos novos. Mas tudo isso ficaria inútil sem o desfecho desse trabalho.

Para o Diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil, Almirante Roberto, o autor deixa um legado para as próximas gerações:

– Ter referencial e locais de pesquisa é muito importante. O livro materializa em três volumes todo esse conhecimento que ele adquiriu nesse período. Foi um trabalho muito grande, digno de nossos aplausos e da nossa satisfação.

O Juiz-Presidente do Tribunal Marítimo, Almirante Lima Filho, também prestigiou o evento e ressaltou que a comunidade marítima carecia de um documento que concentrasse todos os termos usados nas atividades marinheiras, em português e inglês:

– Não tínhamos uma obra dessa magnitude no Brasil. Foi uma iniciativa sensacional. A obra pode ser utilizada nas escolas de formação, nos navios e até por outras empresas ligadas às atividades marítimas.

Comandante do Ciaga, que abriga a Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), Almirante Viamonte lembrou que os dicionários técnicos existentes não são tão completos e que o novo glossário certamente será referência para os alunos:

– Na Marinha Mercante, todos os manuais são em inglês e existem dicionários técnicos para cada área. Já esse conteúdo reúne todos os termos do navio como um todo. É importante ter uma referência de fácil acesso.

O Diretor de Transporte Marítimo da Transpetro, Rogério Figueiró, destacou que “a aspiração que o Brasil tem de se tornar um país marítimo continua dependendo de trabalhos quase heroicos de poucos como Comandante Aquino e Comandante Alvaro (Presidente do Centro dos Capitães da Marinha Mercante)”:

– Geograficamente somos um país marítimo, mas, quando olhamos nossa Marinha Mercante, os navios brasileiros e a cultura marítima, ainda falta muito. Então, essa iniciativa tem uma importância tremenda. Que sirva para atrair outras coisas, que aumente o nosso conhecimento marítimo e a nossa tradição marítima, porque existe um espaço grande para ocupar e dizer que, de fato, temos uma Marinha Mercante e somos um país marítimo. Trabalhos como esse são mais um tijolinho para construir essa cultura no Brasil.

Citado por Figueiró, Comandante Alvaro agradeceu o suporte do Conapra a publicações desse tipo:

– O Conselho Nacional de Praticagem faz um trabalho muito importante em termos de cultura marinheira, auxiliando vários órgãos de Marinha Mercante na medida de sua capacidade de apoiar a edição de livros para o desenvolvimento da nossa cultura do mar.

Estiveram presentes ainda na solenidade familiares, amigos, oficiais da Marinha do Brasil e o Presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha do Estado do Rio, Jose Antonio de Souza Batista.

O Glossário de Termos e Expressões da Marinha Mercante estará disponível para consulta em espaços como Biblioteca Nacional, DPC, Ciaga, Museu Naval, Tribunal Marítimo e Conapra.

Fonte: Conapra