Marinha do Brasil ativa Centro de Projetos que desenvolverá submarinos e navios de superfície

17:29


A nova Organização Militar trabalhará em um dos complexos industriais mais modernos do País, projetando o 1º Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear e, também, navios de superfície

Fonte: Agência Marinha de Notícias

Contribuir para os Projetos Estratégicos da Força Naval nos próximos anos, projetando o primeiro Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN) brasileiro e ainda participar do desenvolvimento do Programa de Obtenção de Navios Patrulha (PRONAPA). Estes serão os imediatos desafios do Centro de Projetos de Sistemas Navais (CPSN), a nova Organização Militar da Marinha do Brasil inaugurada nesta sexta-feira, 9 de dezembro, no Complexo Naval de Itaguaí (CNI), no estado do Rio de Janeiro. 
O novo Centro de Projetos da Força Naval atuará de forma integrada no desenvolvimento de projetos de meios navais em um único polo de engenharia nacional, aproveitando-se da estrutura e dos profissionais altamente especializados que antes pertenciam ao Centro de Desenvolvimento de Submarinos (CDSub) e ao Centro de Projetos de Navios (CPN), organizações militares extintas com a criação do CPSN. 
Essa decisão da Marinha permitirá a centralização no desenvolvimento de projetos de engenharia dos novos navios e submarinos que serão fabricados nos próximos anos, valendo-se da capacidade e integração do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) e do CNI, um dos complexos industriais mais modernos do País.
No decorrer da Cerimônia de Mostra de Ativação do CPSN, com a presença do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos e de membros do Almirantado, o Contra-Almirante (Engenheiro Naval) Rogério Corrêa Borges assumiu a direção da nova Organização Militar, que ficará subordinada à Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha. E para falar dos principais desafios do CPSN, o Contra-Almirante Borges concedeu entrevista para a Agência Marinha de Notícias. Confira os principais trechos:



 
Por que a Marinha decidiu criar o Centro de Projetos de Sistemas Navais?

Na busca permanente pelo aprimoramento dos seus processos de gestão, visando à preparação de uma Marinha moderna, equilibrada e balanceada, a Administração Naval tem aplicado continuado esforço na revisão da sua estrutura organizacional com o propósito de readequá-la a uma gestão mais moderna, eficiente e menos onerosa. 
Nesse contexto, identificou a oportunidade de criar um polo de excelência para o desenvolvimento de projetos de meios navais, aproveitando-se do notório capital humano disponível no Centro de Desenvolvimento de Submarinos (CDSub) e no Centro de Projetos de Navios (CPN), organizações com tarefas finalísticas similares. Assim, o CPSN foi criado com pessoal altamente qualificado, egresso das duas OM de origem, capitalizando o conhecimento e expertise já adquirido, otimizando custos para a preservação e aprimoramento dessa capacitação técnica e flexibilizando seu emprego nos diversos projetos de meios navais.

Quais são os principais desafios da nova Organização Militar?

O CPSN iniciará a sua trajetória com desafios a serem superados, entre eles, o da imediata integração das equipes técnicas de projeto oriundas do CDSub e do CPN, concentrando o conhecimento adquirido por ambas instituições ao longo de suas histórias e adotando uma metodologia unificada de trabalho. 
Continuamente, o estabelecimento de parcerias tecnológicas e/ou industriais com empresas da área da construção naval, inseridas nos modelos de negócios definidos pela Administração Naval, será tratado de forma a garantir a participação deste Centro de Projetos em programas estratégicos de construção de meios de superfície, entre eles, por exemplo, o Navio-Patrulha de 500 toneladas.
Além disso, o CPSN dará continuidade ao projeto de detalhamento do SCPN, com ênfase na elaboração das especificações de construção e de industrialização necessárias à construção da seção de qualificação de seu casco resistente, assim como da seção preliminar, a partir de 2023.
 
 12/12/2022 - Por Capitão-Tenente (T) Bruno Braga Britto de Oliveira - Rio de Janeiro, RJ
Fonte: Agência Marinha de Notícias
Acesse: https://www.marinha.mil.br/agenciadenoticias/

Governador da PB visita simulador da Praticagem do Brasil nesta terça

11:49

 


Parceria para avaliar viabilidade de navios maiores em Cabedelo está na pauta do encontro

O governador da Paraíba, João Azevêdo, e a presidente da Companhia Docas do estado, Gilmara Temóteo, visitam, nesta terça (13/12), às 13h, o Instituto Praticagem do Brasil e o seu centro de simulações de manobras, em Brasília. O objetivo é conhecer as possibilidades de estudos para aumento do porte dos navios no Porto de Cabedelo, que passa por uma obra de dragagem do seu canal de acesso.

O centro de simulações da praticagem dispõe de um simulador full mission, implantado em parceria com a USP, capaz de simular manobras sob novas condições em qualquer porto brasileiro ou estrangeiro. O presidente da Praticagem do Brasil e presidente do Conselho de Administração do Instituto, prático Ricardo Falcão, e a diretora executiva do Instituto, Jacqueline Wendpap, irão receber a comitiva estadual.

Endereço do Instituto Praticagem do Brasil

Edifício SIA 600, SIA Trecho 17, rua 3, lote 600, 3º andar

PRÁTICOS SE REÚNEM NO 44º ENCONTRO NACIONAL DE PRATICAGEM

10:05


Após dois anos suspenso devido à pandemia, o Encontro Nacional de Praticagem foi retomado em Gramado (RS), em sua 44ª edição. De 30 de novembro a 2 de dezembro, práticos do Brasil inteiro, além de gerentes e assessores de praticagens, se reuniram na cidade para trocar experiências e debater desafios comuns. Também participaram das discussões professores, pesquisadores, representantes da Autoridade Marítima e da Autoridade Portuária local. 

O presidente da Praticagem do Brasil, prático Ricardo Falcão, proferiu as palavras iniciais do dia de palestras. Ele destacou a atuação da atividade durante a pandemia:

– A movimentação de cargas em nossos portos cresceu tanto em 2020 quanto em 2021. Mostramos toda a nossa resiliência. E aqui, cabe um destaque à Marinha do Brasil, responsável por regular a nossa atividade. Graças ao nosso modelo, temos a prontidão necessária para atender a qualquer demanda no pico do movimento. Atravessamos esse período difícil sem sobressaltos e sem acidentes, que é o mais importante. 

Falcão apontou ainda os investimentos realizados pela atividade no período, entre eles o Instituto Praticagem do Brasil e o seu centro de treinamento e simulações de manobras na capital:

– Em cada zona de praticagem, somos parceiros do desenvolvimento do país e foi com esse espírito que inauguramos o nosso centro em Brasília. Estando ele próximo das autoridades que decidem sobre os projetos, a expectativa é que tenhamos mais agilidade na avaliação de canais de acesso, implantação de terminais e aprovação de novas classes de navios.



O superintendente de Segurança do Tráfego Aquaviário da Diretoria de Portos e Costas (DPC), vice-almirante José Luiz Ribeiro Filho, também enalteceu a adaptação dos práticos na pandemia para manter o serviço permanentemente disponível, assim como a importância do investimento em simuladores para o incremento da proficiência profissional e a otimização dos estudos portuários.

Representando o diretor de Portos e Costas, vice-almirante Sergio Renato Berna Salgueirinho, o superintendente defendeu a escala de rodízio única de atendimento aos armadores:

– A escala de rodízio é a garantia de prestação de serviço ininterrupto, da prevenção à fadiga e da manutenção da qualificação do prático em qualquer tipo de navio. Entendemos que a concorrência (entre práticos) não colabora para a segurança da navegação, não sendo plausível a extinção ou flexibilização da escala.

O vice-almirante mencionou o esforço da DPC para que os dispositivos de embarque e desembarque do prático nos navios estejam de acordo com a regulação: 

– A Diretoria de Portos e Costas, por meio de seus inspetores navais, vem intensificando a fiscalização das condições das escadas. Os coordenadores da minha Gerência de Vistoria e Inspeção foram orientados a dar ênfase, durante as inspeções de port state e flag state, na verificação da manutenção dos dispositivos. Até meados do ano que vem, todos estarão mais seguros.



Após a abertura do representante da Autoridade Marítima, os painéis foram iniciados com a exposição do Instituto Praticagem do Brasil. Nele, estiveram o vice-presidente da Praticagem do Brasil e vice-presidente do Conselho de Administração do Instituto, prático Bruno Fonseca; a diretora executiva do Instituto, Jacqueline Wendpap; e o gerente técnico Jeferson Carvalho. 

Bruno Fonseca contou como surgiu a ideia de um simulador em Brasília, apresentada no 43º Encontro Nacional de Praticagem em Maceió, em 2019. No dia 14 de dezembro, o Instituto completa um ano.

– Temos acompanhado o aumento significativo do porte dos navios e da demanda para o escoamento da carga. Mas a infraestrutura portuária não cresce na mesma velocidade. Então, estudos de viabilidade precisam ser feitos para novas operações, novos berços e terminais. E aí, entra o simulador como excelente ferramenta. Por meio dele, testamos os limites das condições meteorológicas, os tipos de carregamento e os diferentes tipos de navios que se enquadrarão nas manobras pretendidas. Além disso, temos a Resolução A.960 da IMO, que diz que o treinamento do prático pode ser complementado com uso do simulador, sendo uma excelente ferramenta no Curso de Atualização para Práticos. Da viabilidade de novas operações e do curso ATPR, nasceu o nosso centro de simulações.

No painel seguinte, o diretor-superintendente da Praticagem de São Paulo, prático Hermes Bastos Filho, explicou como as manobras foram otimizadas no Porto de Santos, diminuindo a ociosidade dos terminais e gerando ganhos de produtividade. Há dois anos, ocorrem manobras simultâneas e tráfego em mão dupla em trechos antes restritos, com total segurança. Para ampliar a eficiência do uso do canal, a praticagem analisou o timing de cada manobra de navio especial ou de cada manobra casada, tabulando esses tempos.

– Um cruzamento de navio grande tem seis minutos, em duas horas de navegação, para acontecer em ponto seguro. Não é tão simples. Verificamos espaço e tempo disponíveis para as manobras. Mudamos o paradigma em nossas operações e na programação de navios especiais e “pesados”, sempre respeitando as normas e limitações. A nossa visão foi o desenvolvimento do Porto.


Fechando o ciclo da manhã, o professor titular do Magistério Superior da Marinha (Ciaga), Edson Mesquita, abordou a história da teoria da manobra do navio, desde o fundamento matemático de Isaac Newton aos tempos atuais, matéria sobre o qual escreve nos livros “A manobrabilidade do navio no século 21” e “Princípios de hidrodinâmica e a ação das ondas – sobre o movimento do navio”.

À tarde, o gerente de projetos sênior da Force Technology, Guillermo Gómez Garay, capitão da Marinha de Guerra e da Marinha Mercante, trouxe uma nova visão sobre segurança marítima e o papel do prático, com base em estudos realizados por Suécia, Dinamarca e Canadá; treinamento de mais de 450 práticos na Europa e nos Estados Unidos; e aprendizado decorrente das investigações de acidentes. Um dos assuntos de sua apresentação foram os aspectos culturais e sociais na relação entre prático e comandante do navio, que podem levar a acidentes se não forem conhecidos e bem administrados no passadiço.

Já o projeto piloto de ESG (Environmental, Social and Governance) na Praticagem da Bahia foi o tema da palestra do CEO da Elemental Pact, Fabio Gomes de Azevedo. Ele antecipou os pontos que serão trabalhados na zona de praticagem: previsão de risco climático, mapeamento estratégico ambiental e socioeconômico e investimento social.

Na sequência, o prático do Rio de Janeiro, Matusalém Gonçalves Pimenta, sócio do escritório Matusalém Pimenta Advogados, se aprofundou sobre os princípios jurídicos que regem o serviço de praticagem: sinistralidade mínima, independência funcional, experiência recente, limitação da responsabilidade civil do prático em caso de acidentes e razoabilidade dessa limitação. Ele citou exemplos de acidentes em que esses princípios não foram respeitados, como o caso do Exxon Valdez, no qual o comandante não tinha experiência recente para navegar em área praticagem facultativa.

Equipamento que proporciona mais segurança para as manobras, o Portable Pilot Unit (PPU) brasileiro e sua evolução foi o foco da palestra do sócio-diretor da Navigandi, Rodrigo Barrera. O aparelho portátil de navegação eletrônica auxilia a decisão do prático a bordo e foi desenvolvido em parceria com as praticagens, diante da dificuldade de manutenção de equipamentos estrangeiros no exterior. Foram quatro anos de desenvolvimento após entrevistas com 26 práticos de 17 zonas de praticagem, além de campanhas de medição a bordo. Hoje, fazem uso do PPU nacional as praticagens de Pernambuco, Espírito Santo, São Paulo, Paranaguá (PR) e Itajaí (SC). As próximas serão as do Pará e Rio de Janeiro. O armazenamento dos dados das manobras em nuvem poderá favorecer estudos de aumento de calado e treinamento.

O último painel coube ao gerente de Planejamento e Desenvolvimento da Portos RS, Fernando Estima, que falou sobre a atuação da empresa pública responsável por todo o sistema portuário do Rio Grande do Sul. Ele ressaltou a parceria com as praticagens locais no progresso do estado: 

– Não abrimos mão de gestão integrada com os demais stakeholders. Por isso, viemos ao Encontro e queremos nos associar ao Instituto (Praticagem do Brasil). Me coloco à disposição para ajudar a praticagem a encontrar conosco mais carga e gerar desenvolvimento e empregos para o nosso estado. 

O prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, prestigiou o 44º Encontro Nacional de Praticagem, além da secretária de Turismo de Gramado, Rosa Volk. O evento teve o patrocínio de All System, DMGA Consulting, Hidromares, Navigandi, Supmar, Volvo Penta e Wilson Sons.

fonte: PRATICAGEM DO BRASIL

Profissionais que conduzem navios nos portos se reúnem em Gramado

12:29


Encontro Nacional de Praticagem

De 30 de novembro a 2 de dezembro, práticos do Brasil inteiro se reúnem em Gramado  para o 44º Encontro Nacional de Praticagem, oportunidade em que trocam experiências e discutem os desafios da profissão. No estande do Instituto Praticagem do Brasil, haverá uma mostra de como funciona um simulador de manobras de navios. Empresas parceiras da indústria marítima também terão estandes no espaço.

O prático é o profissional que embarca nos navios para conduzi-los na entrada e saída dos portos, já que os comandantes das embarcações têm treinamento para navegar somente no alto-mar, longe de perigos. O prático, por sua vez, é treinado para navegar e manobrar em águas mais restritas ao tráfego, onde navios se comportam de maneira diferente e existem condições específicas com as quais o comandante não está familiarizado, como ventos, correntes, ondas e marés.

No Brasil, 618 práticos estão distribuídos em 20 zonas de praticagem (ZPs) estabelecidas pela Marinha. Eles realizam cerca de 100 mil manobras por ano. No Rio Grande do Sul, são duas as ZPs. Uma delas (ZP-19) requer o serviço para os navios que entram e saem do Porto do Rio Grande. Já a ZP-20 abrange a Lagoa dos Patos e seus afluentes, para os navios que seguem para o porto de Porto Alegre e demais terminais interiores, assim como os que demandam, no sentido inverso, o Porto do Rio Grande.

Essa profissão é considerada fundamental para proteger a sociedade de acidentes que podem provocar poluição ambiental, mortes, danos ao patrimônio e até o fechamento de um porto para a economia.

O 44º Encontro Nacional de Praticagem será realizado no hotel Wish Serrano. As palestras ocorrem em 1º de dezembro, na parte da manhã (a partir das 9h) e à tarde (a partir das 14h).

Fotos: Divulgação 

Fonte: https://gramadomagazine.com.br