Terra de gigantes. Esta é a melhor definição para o lago Pebas, o megapantanal que existia no oeste da Amazônia durante o Mioceno, período que se estendeu de 23 milhões a 5,3 milhões de anos atrás.
O Pebas foi o lar do maior jacaré e do maior crocodiliano gavial de que se tem notícia, ambos com mais de 10 metros de comprimento, e da maior das tartarugas, cujo casco media 3,5 metros de diâmetro. Sem mencionar roedores do tamanho dos búfalos atuais.
Vestígios daquele antigo bioma estão espalhados por mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, divididos entre Bolívia, Acre, oeste do Amazonas, Peru, Colômbia e Venezuela. As datações mais antigas, feitas na Venezuela, dão conta de que o lago Pebas existia há 18 milhões de anos. Entretanto, acreditava-se que o megapantanal teria secado há mais de 10 milhões de anos, antes da reversão do curso do rio Amazonas, que na maior parte do Mioceno corria de leste a oeste, portanto no sentido contrário do curso atual. Com o esgotamento do Pebas, os grandes animais desapareceram.
Investigando sedimentos provenientes de dois sítios paleontológicos dos rios Acre e Purus, associados a fósseis de vertebrados, o biólogo Marcos César Bissaro Júnior, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP), obteve datações de ao menos 8,5 milhões de anos, com uma margem de erro de 500 mil anos para mais ou para menos.
Há 8,5 milhões de anos, há indícios de que o Amazonas já corria na direção atual, indo dos Andes peruanos em direção ao Atlântico. Àquela altura, o Pebas não deveria lembrar mais o magnífico pântano de outrora. Deveria parecer uma planície inundável, à semelhança do atual Pantanal mato-grossense. Esta é a opinião de Annie Schmaltz Hsiou, professora do Departamento de Biologia da FFCLRP-USP e supervisora do trabalho de Bissaro Júnior, cujos resultados foram publicados na revista Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology.
O estudo contou com apoio da FAPESP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Participaram pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade Federal do Acre e da Boise State University, nos Estados Unidos.
Dá-se o nome de sistema Pebas à associação dos registros de diversas formações geológicas existentes na Amazônia ocidental. São elas a formação Pebas e Fitzcarrald no Peru e no Brasil, a formação Solimões no Brasil, as formações Urumaco e Socorro na Venezuela, a formação La Venta na Colômbia e a Quebrada Honda na Bolívia.
"Embora a Formação Solimões seja uma das unidades estratigráficas do período Neógeno com fósseis de melhor amostragem do norte da América do Sul, as suposições sobre a idade de deposição em território brasileiro foram baseadas, em grande parte, a partir de métodos indiretos”, disse Bissaro Júnior.
“A ausência de idades absolutas dificulta interpretações mais refinadas sobre os paleoambientes e a paleoecologia das associações faunísticas ali encontradas e não permite responder a algumas questões fundamentais importantes, como se essas camadas foram depositadas antes da formação do proto-Amazonas ou quando esse já havia se formado”, disse.
Para ajudar a responder a essas e outras questões, Bissaro Júnior apresenta em seu trabalho a primeira geocronologia (por amostras do mineral zircão) da Formação Solimões. As amostras foram coletadas em dois dos sítios paleontológicos mais bem amostrados da região, nas localidades de Niterói, no rio Acre (município de Senador Guiomar), e Talismã, no rio Purus (município de Manuel Urbano).
No sítio Niterói foram encontrados, a partir dos anos 1980, muitos fósseis do Mioceno, entre crocodilianos, peixes, roedores, tartarugas, aves e mamíferos xenartros (preguiças terrestres). Em Talismã, a partir do fim dos anos 1980, foram achados restos miocênicos de crocodilianos, de serpentes, roedores, primatas, preguiças e ungulados sul-americanos extintos (litopternas).
Como resultado das datações, Bissaro Júnior descobriu que as rochas do sítio Niterói têm, como idade máxima de deposição, cerca de 8,5 milhões de anos e as rochas de Talismã, cerca de 10,9 milhões de anos.
"Com base em dissimilaridades faunísticas e diferenças máximas de idade entre as duas localidades, sugerimos que Talismã é mais antigo que Niterói, mas ressaltamos a necessidade de novas datações absolutas para testar essa hipótese, bem como os esforços de datação de outras localidades da Formação Solimões”, disse Bissaro Júnior.
Esgotamento do Pebas
A formação do lago Pebas foi decorrência do soerguimento dos terrenos da protobacia amazônica. Isso se deu em função da elevação dos Andes, que acelerou a partir de 20 milhões de anos atrás. Naquela época, a Amazônia ocidental era banhada pelas bacias do Amazonas (que corria em direção ao Caribe) e do rio Magdalena, na Colômbia. A elevação dos Andes, no que são hoje o Peru e a Colômbia, acabou por interromper o fluxo de água em direção ao Pacífico, que acabou empoçando na altura da Amazônia ocidental, dando origem ao megapântano.
Mas os Andes continuaram subindo. O contínuo soerguimento dos terrenos da Amazônia teve dois efeitos. O proto-Amazonas, antes represado no lago Pebas, inverteu seu curso, tornando-se o majestoso rio que conhecemos. Ao longo desse processo, as águas do megapântano Pebas foram escoando.
O antigo pantanal viria a se tornar uma planície alagada, repleta de bichos imensos, que ainda existia há 8,5 milhões de anos, segundo as novas datações de Bissaro Júnior. Eventualmente, as irrefreáveis forças geológicas acabaram por escoar as águas do que restava de lagoas e lagos temporários na Amazônia ocidental. Foi o fim do Pebas e de sua fauna.
"O problema da datação do Pebas sempre foi associar as datações diretamente à fauna de vertebrados. Existem inúmeras datações de rochas onde se acharam fósseis de invertebrados. Mas conseguir datar, no Brasil, rochas com vertebrados era um dos nossos objetivos”, disse Schmaltz Hsiou.
Segundo a professora, as novas datações dão condições de sugerir que o Sistema Pebas, do grande pantanal, teria existido entre 23 milhões e 10 milhões de anos atrás. Esse deu lugar ao chamado Sistema Acre, a grande planície de inundação que existiu entre 10 milhões e 7 milhões de anos atrás, onde ainda viviam répteis como o Purussaurus e o Mourasuchus.
"O Sistema Acre devia ser um bioma semelhante ao da Venezuela da mesma época, formado por lagunas ao redor do delta de um grande rio, que seria o proto-Orinoco”, disse Schmaltz Hsiou.
Roedores gigantes
Os roedores compõem um grupo de mamíferos extremamente diversificado que habita todos os continentes, com exceção da Antártica. Na Amazônia, o grupo conta com grande número de espécies.
“Particularmente, um grupo de roedores conhecido cientificamente como Caviomorpha chegou ao nosso continente há cerca de 41 milhões de anos, vindos da África”, disse outro autor do artigo publicado na Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, Leonardo Kerber, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da Universidade Federal de Santa Maria.
“Nesse período, conhecido como Eoceno, a África e a América do Sul já estavam totalmente separadas por pelo menos 1.000 km de extensão entre os pontos mais próximos de ambos continentes, o que inviabilizaria as conexões biogeográficas para que os vertebrados terrestres pudessem migrar entre as duas massas de terra. Entretanto, as correntes oceânicas propiciaram a dispersão por meio de balsas flutuantes naturais formadas por aglomerado de troncos e galhos derrubados em rios por tempestades, que acabam por desembocar no mar. Essas balsas flutuantes eventualmente carregam pequenos vertebrados. Um evento como este pode ter favorecido a travessia de pequenos mamíferos, como os macacos Platyrrhyni e também pequenos roedores que dariam origem a um dos mais emblemáticos grupos de mamíferos sul-americanos, os roedores caviomorfos”, disse.
Segundo Kerber, desde que chegaram ao continente, os roedores caviomorfos passaram por um longo período de evolução o que fez com que se tornassem extremamente diversificados. Atualmente, os representantes desse grupo encontrados no Brasil são as pacas, cutias, preás, porcos-espinhos, ratos-espinhosos e a capivara, o maior roedor do mundo.
“Particularmente na Amazônia, hoje encontramos uma grande diversidade de ratos-espinhosos e porcos-espinhos ou ouriços, além de cutias e pacas. Entretanto, no Mioceno, a fauna da região amazônica era bastante diferente daquela que podemos observar atualmente”, disse Kerber.
“Nos últimos anos, além de termos comunicado a presença de diversos fósseis de espécies já conhecidas pela ciência, algumas que já haviam sido registradas na Formação Solimões e outras conhecidas para outras regiões da América do Sul, e registradas ali pela primeira vez, descrevemos três espécies novas de roedores de médio porte (Potamarchus adamiae, Pseudopotamarchus villanuevai e Ferigolomys pacarana – Dinomyidae), que possuem uma relação de parentesco com a pacarana”, disse.
Kerber conta que em artigo que será publicado em breve no Journal of Vertebrate Paleontology a espécie Neoepiblema acreensis, um roedor neoepiblemídeo endêmico do Mioceno do Brasil que pesava cerca de 120 quilos, foi reconhecida como uma espécie válida.
“A espécie foi descrita em 1990, mas havia sido considerada inválida ao final da mesma década. Esses registros, tanto das espécies já conhecidas como também das espécies novas, auxiliam a entender como a vida evoluiu naquela região, mostrando como a biodiversidade evoluiu e também se extinguiu ao longo dos últimos milhões de anos”, disse Kerber.
O artigo Detrital zircon U–Pb geochronology constrains the age of Brazilian Neogene deposits from Western Amazonia (doi: https://doi.org/10.1016/j.palaeo.2018.11.032), de Marcos C. Bissaro-Júnior, Leonardo Kerber, James L. Crowley, Ana M. Ribeiro, Renato P. Ghilardi, Edson Guilherme, Francisco R. Negri, Jonas P. Souza Filho e Annie S. Hsiou, está publicado em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S003101821830405X.
Fonte: Peter Moon | Agência FAPESP
Nossa principal tarefa foi a de garantir a proteção dos comboios que trafegavam entre Trinidad, no Caribe, e Florianópolis, em nosso litoral sul. Foram eles 574, formados por 3.164 mercantes, dos quais, apenas três foram afundados. E não porque não houvesse submarinos. Dezesseis deles foram destruídos no Atlântico Sul, muitos por aviões, depois de avariados por ataques de unidades de superfície. Documentos alemães confirmam que realizamos 66 ataques contra seus submarinos.
Coube, ainda, à Marinha, a escolta do transporte da FEB até Gibraltar e o patrulhamento oceânico contra os furadores de bloqueio, navios que traziam mercadorias do Oriente para a Alemanha.
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Hoje, bem equipada, no que tange à qualidade, a Marinha desempenha o papel reservado do Poder Naval em tempo de paz, funcionando como elemento dissuasor ao estabelecer um custo elevado a eventuais opções militares de adversários em potencial, respaldando a ação política do governo no campo das relações internacionais e mantendo-se atualizada, pronta a se expandir quando necessário.
Fonte: Marinha do Brasil
Além de Riachuelo, a vitória final das armas brasileiras deve muito ao forçamento de perigosas passagens, como Curupaiti e Humaitá.
Finda a Guerra do Paraguai, houve um interregno de paz, lamentavelmente interrompido por agitações políticas.
A Marinha entrou novamente em combate em 1918, quando a campanha submarina alemã, na I Grande Guerra, atingiu nossos mercantes, em razão do que, assumimos o compromisso de enviar uma força naval para patrulhar a costa africana entre Dakar e Gibraltar.
A Divisão Naval em Operações de Guerra - DNOG -, composta por dois cruzadores, quatro contratorpedeiros, um tender e um rebocador, partiu em julho de 1918. Os maiores inimigos que enfrentou, além de um submarino nas proximidades de Freetown, foram as dificuldades marinheiras para abastecer os navios com carvão, em alto-mar, e a gripe espanhola, que grassou em Dakar e transformou a operação em tragédia, com tripulações inteiras atacadas simultaneamente, enquanto as patrulhas prosseguiam. A moléstia fez 176 vítimas mortais.
Fonte: Marinha do Brasil
Levou, em seguida, para a margem argentina do estuário, os chefes brasileiros, Caxias e Tamandaré, e as tropas que haviam ficado de reserva, em Sacramento. Com a vitória de Monte Caseros, Rosas refugiu-se em um barco inglês e as tropas brasileiras desfilaram triunfantes em Buenos Aires.
Novamente, em 1864, o Brasil interferiu na política uruguaia, dividida entre os Partidos Blanco, hostil a nós, de Atanásio Aguirre, e o Colorado, nosso aliado, de Venâncio Flores. Um incidente com o navio oriental Vila del Salto deu causa à declaração de guerra. Imediatamente, a esquadra, já integrada por canhoneiras, sob o comando de Tamandaré, cercou as cidades de Salto e Paissandu, juntamente com forças de terra.
A primeira não resistiu, mas, para a tomada da segunda, foi necessário o esforço conjunto das tropas terrestres, dos elementos desembarcados e do apoio da artilharia dos navios. Ocupada Paissandu, Venâncio Flores foi aclamado em Montevidéu.
Pouco depois, o ditador do Paraguai, Francisco Solano Lopes, apresou um navio brasileiro - o Marquês de Olinda -, no rio Paraguai, e invadiu a Argentina, Mato Grosso e o Rio Grande do Sul.
Deflagrada a guerra, chamada da Tríplice Aliança, a Marinha, operando no centro inóspito do continente, subiu os rios, enfrentando as baterias instaladas nas margens e navios que rebocavam chatas com canhões de grosso calibre. Assim foi travada a Batalha Naval do Riachuelo. Depois, o avanço pelos rios Paraná e Paraguai, apoiando a marcha do Exército, foi conduzido com os encouraçados fluviais, que eram atacados por centenas de canhões assestados nas barrancas e fortalezas e pelas bogarantes, canoas repletas de guerreiros guaranis, que abordavam os navios brasileiros e travavam lutas de arma branca nos conveses, até serem expulsos.
Fonte: Marinha do Brasil
passou a ser chamado o novo país, permanecesse independente, tanto em relação ao Brasil como à futura Argentina.
Essa foi a primeira intervenção do Império no Cone Sul, seguindo sua política de não permitir o restabelecimento, em um único país, do antigo Vice-Reinado do Prata. Quando, em 1851, o ditador da Argentina, D. Juan Manuel de Rosas, em aliança com o uruguaio D. Manoel Oribe, mostrou tal intenção, o Império aliou-se a um adversário de Rosas, D. Justo José de Urquiza, governador da Província de Entre Rios, e com o governo legal do Uruguai, arregimentando um exército que foi lançado contra os adversários. A tarefa inicial da esquadra mantida no Prata foi impedir que as forças uruguaias de Oribe, vencidas, fugissem para a Argentina. Depois, coube à Marinha subir o rio Paraná, forçando a Passagem de Tonelero.
Fonte: Marinha do Brasil
Na Província Cisplatina, hoje Uruguai, a Fragata Tetis e cinco escunas, comandadas pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Pedro Antônio Nunes, continuava pressionando a frota portuguesa que, a 23 de outubro de 1823, suspendeu para engajar os navios brasileiros. Foram derrotados e, graças à ação decisiva da Marinha, resultava vitoriosa a Guerra da Independência.
Faltava, ainda, consolidar o país. Tanto durante o reinado de D. Pedro como na Regência, até 1840, eclodiram movimentos pelas províncias, ora opondo-se à política imperial, ora querendo tornar-se repúblicas independentes. Desde a "Confederação do Equador", em 1823, até a "Balaiada", finda em 1841, a Marinha, com sua mobilidade, esteve presente em todas essas irrupções, com papel preponderante na manutenção da unidade nacional.
O movimento separatista da Província Cisplatina, pouco depois, teve aspecto diferente. Tendo pertencido ao ex-Império Espanhol e mantendo sua língua e tradições, ligava-se mais aos países do Prata. Tanto que a sublevação liderada por JUAN ANTONIO LAVALLEJA não visava à independência mas, sim, sua anexação às Províncias Unidas do Prata - futura Argentina -, delas recebendo todo apoio.
Fonte: Marinha do Brasil
Ante a escassez de víveres, resultante do bloqueio, e da permanente ameaça dos ataques brasileiros, Madeira de Melo resolveu abandonar a Bahia. Suspendeu com setenta e oito navios carregados com tudo que encontraram de valor, escoltados por treze navios de guerra, em direção à Europa.
A perseguição que se seguiu, inicialmente pela esquadra, cujas tripulações já estavam reorganizadas, e,depois, somente pela Fragata Nichteroy, sob o comando do Capitão-de-Fragata John Taylor, transformou-se em epopéia. Perseguidos até as margens do Tejo, mais de dois terços dos navios em fuga foram apresados, a despeito dos escoltas.
Enquanto isso, Cochrane, só com a Nau Pedro I, dirigira-se para o Maranhão e penetrara na baía de São Luiz, arvorando a bandeira portuguesa. Recebido pelo Brigue D. Miguel, apresou-o e determinou que fosse informado à Junta Governativa que, ao largo, estava toda a esquadra brasileira. O estratagema fez os portugueses se renderem e aceitarem a subordinação ao Império.
Fonte: Marinha do Brasil
Os Primórdios
Após descobrir o Brasil, Portugal, fascinado pelas riquezas do Oriente, deixou ao abandono a nova terra, incitando a cobiça e ensejando que outros tentassem a conquista de regiões da imensa colônia.
Ao longo de mais de um século, a partir de 1504, os franceses foram se estabelecendo em diversos locais entre o Cabo de São Roque e o Rio de Janeiro. Em 1556, Nicolas Durand de Villegagnon desembarcou na ilha que hoje leva seu nome, na Baía de Guanabara, ali fundando a chamada França Antártica. Seguiu-se um período de continuadas escaramuças entre portugueses e invasores, tendo ambos seus próprios aliados entre os índios.
Somente a 20 de janeiro de 1567, quando Mem de Sá, no comando de uma esquadra, chegou ao Rio de Janeiro e ali travou uma batalha decisiva, na qual contou com a ajuda dos índios de Martim Afonso Araribóia, trazidos desde o Espírito Santo pelo padre José de Anchieta, foram os franceses expulsos da Baía de Guanabara. Nesse combate, pela primeira vez, indígenas formaram ao lado dos portugueses, reforçando-lhes a esquadra com embarcações a remo e contribuindo para a expulsão dos invasores. Além de primeira defesa organizada contra uma agressão ao nosso território, o fato caracteriza, historicamente, o nascedouro da Marinha do Brasil, porquanto toda a ação se desenvolveu no mar, ou a partir dele, e empregou, também, meios navais indígenas
O revés da França Antártica não fez os franceses desistirem de seus empreendimentos no Brasil, mas fez desviar para o Norte suas expedições, as quais, até 1610, limitavam-se ao comércio e à exploração da região. A partir daí, decidiram se estabelecer no Maranhão, onde, em 1612, liderados por Daniel de la Ravardière, construíram um forte e fundaram uma cidade, a de São Luís, tornada capital da França Equinocial.
Até 1615, foram consolidando sua colônia, cuja retomada pelos luso-brasileiros constitui verdadeira epopéia naval, decidida em nosso favor após termos logrado conquistar o domínio do mar. Nesse episódio, se destacaram três figuras notáveis: Jerônimo de Albuquerque, mestiço e ídolo dos indígenas, que, chefiando uma esquadrilha de navios, foi o primeiro brasileiro nato a comandar forças em combate, na defesa do território; Alexandre de Moura, português, encarregado da expedição, e Martim Soares Moreno, brasileiro, comandante da Barca Santa Catarina e participante destacado nas ações.
Vale registrar que a França Equinocial foi episódio bem mais perigoso para a unidade nacional do que a sua congênere do Rio de Janeiro, pois enquanto esta era um enclave em território controlado por Portugal, o projeto de La Ravardière foi estabelecido em setor costeiro até então fora da órbita portuguesa, não obstante tentativas esporádicas de colonização.
Em ambos os casos, contudo, a repulsão do invasor foi levada a cabo por forças navais, integradas por portugueses, indígenas e brasileiros natos, sendo que, no episódio da expulsão dos franceses do Maranhão, o brasileiro Jerônimo de Albuquerque comandou uma parcela da esquadra, tornando-se, no longínquo ano de 1615, o primeiro comandante naval brasileiro.
Criação do Ministério da Marinha
A Secretaria D'Estado dos Negócios da Marinha, criada em 28 de julho de 1736 pelo Rei de Portugal, foi reorganizada por D. João VI quando da sua chegada ao Brasil em 1808 ocasião em que foi nomeado para a pasta do então Ministério da Marinha e Domínios Ultramarinos o antigo detentor do cargo, D. João Rodrigues de Sá e Menezes - Conde de Anádia, considerado dessa forma como o nosso primeiro Ministro da Marinha.
Fonte: Marinha do Brasil
Regressando ao Rio de Janeiro, os navios embarcaram tropas e rumaram para Salvador, que estava dominada pelo exército do General Madeira de Melo e pela esquadra do Almirante João Feliz Pereira Campos. Nossa força naval estava sob a chefia de Lord Thomas Cochrane, almirante inglês, contratado juntamente com outros oficiais e 500 marinheiros, para guarnecer os navios de nossa recém-criada Marinha.
O grito do Ipiranga produziu ecos em quase todo o território brasileiro, mas nas Províncias do Norte, Nordeste e na Cisplatina, as Juntas de Governo continuavam leais às Cortes de Lisboa.
Foi necessária, então, a ação da Marinha para evitar a fragmentação do país e garantir a consolidação da Independência. Assim, a 14 de novembro de 1822, dois meses após sua proclamação, fazia-se ao mar a primeira esquadra brasileira, rumo a Montevidéu, com a missão de expulsar as forças que lutavam para manter a Província Cisplatina sob o domínio português
Fonte: Marinha do Brasil
Há mais de meio século, importantes projetos no ambiente marinho têm sido realizados pelo IOUSP, desde áreas costeiras até aguas profundas, do norte ao sul do Brasil, além da região Antártica. Muitas campanhas oceanográficas foram efetuadas, com vários métodos de coleta, em diferentes plataformas de trabalho flutuantes. Somente o N/Oc. Prof. W. Besnard realizou mais de 8200 estações oceanográficas, a maior parte destas, com coletas de amostras biológicas, acompanhadas de dados hidrográficos, meteorológicos e sedimentológicos.
O Acervo
A Coleção Biológica "Prof. Edmundo F. Nonato" do IOUSP possui uma enorme quantidade de amostras catalogadas e disponibilizadas para a pesquisa. Seu acervo é formado por quatro categorias:
Materiais Biológicos;
Materiais Não biológicos;
Banco de Dados Eletrônicos;
Banco de Imagens de Organismos Marinhos.
As amostras biológicas são constituidas por organismos de vários grupos taxonômicos em suas diferentes fases do ciclo de vida, pertencentes ao plâncton, bentos e nécton. Diversos órgãos, estruturas e tecidos (estômagos, gônadas, fígados, otólitos, etc.) também fazem parte da coleção. O material não biológico é formado por pranchas (desenhos técnico-científicos e fotografias de trabalhos científicos) e por arquivos mortos (fichas de coleta).
Até o momento foram catalogadas e estão sendo depositadas na coleção aproximadamente 45.000 amostras biológicas marinhas de ictioplâncton, zooplâncton, ictiofauna e organismos bentônicos.
colbio colecaoObjetivo da Coleção Biológica
O objetivo desta coleção é auxiliar a pesquisa científica, fornecendo espécimes para estudos de taxonomia, biologia, distribuição e ecologia, disponibilizando um material de referência e testemunho para a conservação da biodiversidade de organismos marinhos. Além disso, esses dados e amostras constituem uma fonte de informações imprescindíveis para qualquer plano de monitoramento ambiental marinho. Esse material esté disponível para consulta on-line na base de dados e para análise no laboratório da Coleção biológica, de acordo com o contrato de uso estabelecido.
Coleção Biológica "Prof. Edmundo Nonato"
Curadora: Dra. Mônica Petti
Praça do Oceanográfico, 191
Cidade Universitária - São Paulo (SP)
Tel.: (11) 3091-7151
E-mail: colbio@usp.br
Fonte: http://www.io.usp.br
No Brasil, uma das estimativas é a de que, já em 2030, mais de 90% da população estará nas cidades. Essas previsões evidenciam a necessidade de se discutir os desafios que as cidades têm pela frente, como qualidade de vida de seus moradores, mobilidade urbana e a necessidade de buscar soluções para temas que ganharam destaque mais recentemente, como os movimentos migratórios internacionais.
Esses assuntos foram debatidos no programa Ciência Aberta, que discutiu Os novos desafios das cidades
Os pesquisadores convidados são:
Marta Arretche, professora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Centro de Estudos da Metrópole(CEM) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP
Paulo Saldiva, professor titular da Faculdade de Medicina e diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP)
Alberto Augusto Eichman Jakob, coordenador do Núcleo de Estudos de População "Elza Berquó" (Nepo-Unicamp).
Realizado mensalmente, Ciência Aberta é produzido pela FAPESP em parceria com o jornal Folha de S.Paulo. O programa é exibido ao vivo pelo site da FAPESP, pela página da Agência FAPESP no Facebook e no YouTube e pelo site TV Folha.
O programa é transmitido a partir do auditório da FAPESP, que recebe estudantes como convidados.
Eles podem participar do programa enviando perguntas aos pesquisadores convidados. Durante o programa, perguntas do público externo também são recebidas pela página da Agência FAPESP no Facebook.
Mais informações: www.fapesp.br/ciencia-aberta
Pesquisadores estão preocupados com as projeções para o futuro
O aquecimento dos oceanos alcançou o recorde de temperaturas em 2018, segundo cientistas chineses e americanos. Pesquisadores afirmam que as águas do Planeta atingiram as temperaturas mais altas dos últimos 60 anos.
O pesquisador Tito Monteiro da Cruz Lotufo, do Instituto Oceanográfico da USP, explica que o aquecimento global causado por atividade humana é apontado como o elemento principal nesse desequilíbrio e no rápido aumento da temperatura dos oceanos.
Para Lotufo, as projeções para o futuro são dramáticas, já estão sendo observados problemas em diversos ecossistemas marinhos, principalmente nos recifes de corais, que dependem desse equilíbrio para sobreviverem. “Os mares estão perdendo um porcentual grande da sua diversidade, porque o coral é o hábitat de uma série de outros peixes e animais, e todo o ecossistema acaba sofrendo.”
Além disso, outros aspectos da natureza são afetados. O pesquisador afirma que o aumento da frequência de tufões e da intensidade dos furacões também está associado a esse desequilíbrio, e afirma que os efeitos atingem questões muito sérias e que interferem no Planeta como um todo.
Lotufo alerta que a importância está na ação coletiva e individual de todos para tentar reduzir as emissões de carbono. “Eu acho que não tem como reverter, mas tem como desacelerar e diminuir os efeitos desse processo. Mas uma reversão já não está mais na nossa escala imediata”, lamenta.
Fonte: Jornal da USP
O pesquisador Tito Monteiro da Cruz Lotufo:
Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (1993), mestrado em Ecologia pela Universidade de São Paulo (1997), doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade de São Paulo (2002) e Livre Docência em Oceanografia Biológica pela Universidade de São Paulo. Realizou estágio pos-doutoral entre 2009 e 2010 no Scripps Institution of Oceanography, University of California San Diego, EUA. Foi professor associado do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará entre 2002 e 2014. Atualmente é Professor Associado no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Zoologia e Ecologia, com ênfase em Ecologia e Sistemática de Ascidiacea, atuando também nos seguintes temas: Biodiversidade, Ecologia Recifal e Peixes Recifais.
(Fonte: Currículo Lattes)
O Secretário Executivo do Conapra, Arionor Souza, e o Assessor Institucional da entidade, Wilson Cruz, representaram a Praticagem do Brasil na cerimônia de posse do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), engenheiro Carlos Augusto Teixeira de Moura, nomeado pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, astronauta Marcos Pontes. A solenidade ocorreu na tarde de quarta-feira (23/1), no auditório da AEB, em Brasília.
Carlos Moura vai comandar a autarquia responsável pela Política Espacial Brasileira desde 1994. Ele atua na área espacial desde 1985 e participou, entre outros destaques, da implantação do Centro de Lançamento de Alcântara (MA).
Graduado em Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica e Mestre em Ciências – área de Informática, ambos pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o engenheiro deixou a Força Aérea Brasileira (FAB), em 2008, como Coronel Engenheiro.
Desde março de 2018, ele estava como Analista da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), encarregada do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) do Ministério da Defesa, cuja diretriz é o uso integrado do espaço (civil e militar).
Fonte: Praticagem do Brasil
O Diretor-Presidente do Conselho Nacional de Praticagem, Prático Gustavo Martins, participou, nesta sexta-feira (18/1), de almoço com o juiz-presidente do Tribunal Marítimo, Almirante Lima Filho, ex-Diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil. O almoço ocorreu na sede histórica da entidade, na Zona Portuária do Rio de Janeiro.
O Tribunal Marítimo é um órgão autônomo, auxiliar do Poder Judiciário e vinculado ao Comando da Marinha, tendo como atribuição julgar os acidentes e fatos da navegação em todo o território nacional. Tem um importante papel na prevenção, ao estabelecer as circunstâncias de cada acidente; examinar fatores que lhes deram origem; publicar suas causas e fazer recomendações à Autoridade Marítima, com vistas a alterações das normas que tratam da segurança da navegação, da preservação da vida humana e do meio ambiente marinho.
Fonte: Praticagem do Brasil
O secretário executivo do Conapra, Arionor Souza, e o Assessor Institucional da entidade, Wilson Cruz, representaram a Praticagem do Brasil na cerimônia de posse, em Brasília, dos novos chefes do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) e da Secretaria Geral do Ministério da Defesa.
São eles: o Tenente-Brigadeiro do Ar Raul Botelho e o Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, que substituíram, respectivamente, o Almirante de Esquadra Ademir Sobrinho e o Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Augusto AmaralOliveira.
A cerimônia na última terça-feira (15/1), no Clube da Aeronáutica, foi presidida pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e teve a participação dos comandantes das Forças Armadas, de ministros de Estado, autoridades civis e militares. Na ocasião, os novos chefes foram agraciados com a Ordem do Mérito de Defesa do grau Grã-cruz.
Criado em 2010, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas faz o planejamento do emprego conjunto das Forças Armadas e assessora o ministro da Defesa no planejamento de operações e exercícios conjuntos, caso das operações de paz. Já a Secretaria Geral foi instituída, em 2013, para coordenar as demais secretarias integrantes do ministério, entre outras atividades.
Fonte: Praticagem do Brasil