Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB)

20:33

Em diferentes regiões do globo, uma força militar de aproximadamente 100 mil capacetes azuis, cujas missões são lideradas pelo Departamento de Operações de Manutenção da Paz das Nações Unidas (DPKO), atua para resolver conflitos da melhor forma possível: por vias pacíficas. Deste quantitativo, até outubro de 2017, cerca de 1.200 brasileiros, dentre militares das Forças Armadas e Policiais, contribuem para promover ou manter a paz em regiões de conflito.
Militares brasileiros e estrangeiros recebem treinamento no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil

A participação do Brasil em Operações de Manutenção de Paz remonta a datas anteriores à criação da Organização das Nações Unidas (ONU). De fato, mesmo não fazendo parte da Liga das Nações desde 1926, o Brasil teve papel fundamental, na década de 30, na mediação no “Conflito de Letícia”, entre Colômbia e Peru.
Já na fase inicial da vida da ONU, o Brasil participou com diplomatas e observadores militares na Comissão Especial das Nações Unidas para os Bálcãs (UNSCOB), na porção meridional da Europa, criada para monitoramento fronteiriço em face das tentativas de intervenção da Albânia, Bulgária e Iugoslávia na guerra civil grega.
O primeiro envio de tropas a um país estrangeiro teve início em 1956, com a participação na Força de Emergência das Nações Unidas (UNEF), criada para evitar conflitos entre egípcios e israelenses e pôr fim à Crise de Suez.
O Brasil assumiu tarefas de coordenação e comando militar de importantes operações, como no Haiti (MINUSTAH/2004) e no Líbano (UNIFIL/2011), o que trouxe prestígio à política externa do País, aumentando a projeção brasileira no cenário mundial. Enquanto a primeira trouxe a relevo nossa participação fundamental para a consecução da estabilidade política daquele país (Haiti), a segunda se destaca por possuir o Brasil na liderança da única força naval atuando pela ONU no mundo.

Missões com participação do Brasil 
Ao todo, o Brasil já participou de aproximadamente 50 missões das Nações Unidas, tendo enviado cerca de 50 mil militares ao exterior. Até outubro de 2017 permanece no Haiti, e, além do Líbano, o Brasil também possui integrantes nas missões de paz do Chipre, República Centro-Africana e Guiné-Bissau, Saara Ocidental, Sudão e Sudão do Sul.
Em 2010, o país passou a contar com o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil – Centro Sérgio Vieira de Mello (CCOPAB), localizado na Vila Militar, na cidade do Rio de Janeiro, um estabelecimento voltado à preparação de militares, brasileiros e estrangeiros, que irão compor as missões de paz das Nações Unidas.
Fonte; http://www.defesa.gov.br

Estudo discute origem de algas flutuantes que invadiram a costa brasileira

17:38

Surpreendidos pela aparição inédita de um imenso tapete de algas flutuantes na costa brasileira, entre 2014 e início de 2015, pesquisadores de diversas instituições e países se uniram para investigar as causas, as origens e os possíveis impactos do fenômeno.
Os primeiros resultados do estudo, que contou com apoio da FAPESP, foram divulgados no dia 10 de março na revista Phycologia. A versão impressa do artigo, que foi destaque na capa do periódico, acaba de ser publicada.
Segundo os autores, esse tipo de alga parda pertencente ao gênero Sargassum é muito comum no Atlântico Norte, em uma região do Caribe cercada por correntes oceânicas. Lá formam o chamado mar de Sargaço, que serve de santuário para muitas espécies vegetais e animais. Resultados do trabalho, no entanto, indicam que a biomassa que chegou ao Brasil não teria vindo do Caribe, como a princípio se imaginou.

“No Brasil, existem algumas espécies de Sargaço que vivem fixas ao substrato marinho. Mas o tipo flutuante nunca havia sido observado nas praias antes de 2014. Existia um único registro na costa brasileira, mas em alto mar, feito pela Marinha em 2011 [ Veja mais informações em http://www.checklist.org.br/getpdf?NGD002-12]”, contou Marina Sissini, doutoranda da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e primeira autora do artigo.

Sissini estava em Fernando de Noronha em abril de 2015 realizando pesquisas pelo projeto "Prospecção Sustentável em Ilhas Oceânicas: Biodiversidade, Química, Ecologia e Biotecnologia (ProspecMar)", quando o evento teve início na região. Depois que foram divulgadas as primeiras notícias na imprensa, relatos similares começaram a surgir no arquipélago de São Pedro e São Paulo (PE), no Atol das Rocas (RN), no Maranhão e no Pará.
“Formou-se então uma rede de pesquisa com o objetivo de descobrir quais as espécies presentes nesse sargaço e como chegaram até o Atlântico Sul, na contramão das correntes marítimas”, contou Sissini.
Além da UFSC, a rede congrega cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Agência de Pesquisas Oceânicas e Atmosféricas (NOAA), dos Estados Unidos, e Universidade de Gana, na África.
Tamanha mobilização não se deve apenas à curiosidade científica. Os especialistas temem que o fenômeno possa causar prejuízos à biodiversidade e à economia dos locais afetados, principalmente se começar a acontecer com frequência.
Em Fernando de Noronha, por exemplo, estima-se que uma grande quantidade de peixes e de outros animais marinhos tenha morrido sob uma camada de algas de aproximadamente 1,5 metro de altura.
“Na praia do Atalaia, em Salinópolis (PA), foram medidas mais de 30 toneladas de algas em 2014 e 121 toneladas em 2015. A prefeitura optou por retirar parte dessa biomassa com auxílio de caminhões, para minimizar os prejuízos ao turismo”, contou Mariana Cabral de Oliveira, professora do Instituto de Biociências (IB) da USP e coautora do artigo.
Embora as algas do gênero Sargassum não sejam tóxicas, explicou Oliveira, acabam espantando os banhistas quando se depositam na faixa de areia. Com o tempo, começam a se decompor liberando um odor desagradável e podem tornar o banho de mar inviável. Também podem atrapalhar a pesca com rede e o cultivo de mariscos e pescados.
Outra preocupação é a possibilidade de que alguns dos organismos que cruzam o oceano de carona com o sargaço se revelem espécies invasoras e causem desequilíbrios em ecossistemas delicados, como o de Fernando de Noronha ou do Atol das Rocas.
“Nós identificamos no sargaço que se acumulou em Noronha algas das espécies Oscillatoria sp., Sphacelaria tribuloides, Cladophora sp. , Ceramium spp. e Pneophyllum fragile. Entre os invertebrados havia o Portunus sp. , uma espécie de siri, e o Lepa sp., um cirrípide. Tinha também uma espécie de peixe popularmente conhecido como cangulo cinza, cujo nome científico é Canthidermis maculate”, contou Sissini.
Segundo Oliveira, nenhuma das espécies encontradas no material coletado é reconhecidamente invasora. Mas precisam ser monitoradas para saber se vão permanecer no local e com quais consequências para a fauna e flora.
A origem
Como explicou Sissini, um dos principais objetivos do trabalho foi investigar a origem das algas flutuantes que chegaram à região Norte.
“O primeiro passo foi identificar as espécies presentes nas amostras coletadas em Noronha e em Atalaia e ver se eram iguais entre si e se pertenciam às mesmas populações existentes no Caribe”, disse a doutoranda da UFSC.
Ao analisar as características morfológicas, o grupo concluiu que as algas coletadas nos dois locais da costa brasileira eram da espécie Sargassum natans e S. fluitans, também encontradas no Caribe. Análises moleculares foram feitas para tentar confirmar o achado, mas os resultados não foram conclusivos.
“Nós sequenciamos pequenos fragmentos de DNA tanto das algas coletadas em Noronha e em Atalaia como de espécies de sargaço que vivem fixas ao substrato marinho no Brasil. Usamos como marcador a região espaçadora transcrita interna (ITS, na sigla em inglês). Como existem muitas sequências dessa região entre genes depositadas em bancos de dados públicos, ela tem sido empregada para diferenciar espécies de sargaço”, explicou Oliveira.
De acordo com a pesquisadora, porém, o marcador não se mostrou sensível o suficiente para discriminar as diferentes espécies – menos ainda para separar diferentes populações da mesma espécie, o que poderia dar pistas sobre a origem da biomassa.
Já as imagens de satélites disponibilizadas pelo NOAA sugerem que muito provavelmente as algas não vieram do Atlântico Norte, pois nenhuma movimentação dessas massas em direção ao Sul foi registrada nas semanas que antecederam a chegada da floração no Brasil.
Para Oliveira, a hipótese mais provável é que na região do Atlântico Central, pouco abaixo da linha do Equador, exista uma matriz flutuante de Sargaço semelhante à do Caribe – que teria originado tanto as algas registradas na costa da África em 2014 como as que chegaram ao Brasil entre 2014 e 2015.
Outra possibilidade que está sendo investigada pelo grupo é que o evento observado em 2014 e 2015 esteja relacionado a um aumento anormal na temperatura do oceano, que teria favorecido o crescimento de algas já presentes em pequenas quantidades no Atlântico Sul.
“Será preciso manter um monitoramento, pois esses eventos podem voltar a ocorrer. Nosso medo é que se tornem frequentes e causem impacto ambiental e econômico significativo. São necessários mais estudos para medir os efeitos”, disse a professora da USP.
Na avaliação de Sissini, também são necessários estudos que apontem a melhor forma de manejo caso o evento volte a se repetir. “No Pará, parte das algas foi removida da praia. Já em Noronha optou-se por esperar que a própria maré se encarregasse de levar a biomassa embora. Não sabemos qual é a melhor medida e, provavelmente, a recomendação deve mudar caso a caso, conforme as características do ambiente”, disse.
Fonte: Karina Toledo | Agência FAPESP
O artigo The floating Sargassum (Phaeophyceae) of the South Atlantic Ocean – likely scenarios pode ser lido em: http://www.phycologia.org/doi/pdf/10.2216/16-92.1. 

Acidificação causada por dióxido de carbono (CO2) pode afetar espécies vegetais marinhas e prejudicar cadeia alimentar

17:49


Amostras de espécies vegetais marinhas (fitoplâncton)analisadas em pesquisa do Instituto Oceanográfico (IO) da USP mostram os efeitos futuros das mudanças climáticas nos oceanos.
Imagem de satélite mostra fitoplâncton florescendo na superfície do oceano, formando uma faixa de cor leitosa (abaixo, à direita) – Foto: Divulgação / Nasa

O trabalho do pesquisador Marius Müller revela que a acidificação dos oceanos, causada pelo aumento das emissões antropogênicas (feitas pela atividade humana) de dióxido de carbono (CO2), prejudica a calcificação de fitoplâncton, podendo interferir na cadeia alimentar marinha. Ao mesmo tempo, o estudo traz indícios do aumento da fotossíntese das algas, o que pode ampliar a absorção de CO2 do oceano e reduzir os efeitos do aquecimento global.
Em parceria com pesquisadores da Universidade da Tasmânia (Austrália), Müller coletou amostras de fitoplâncton calcificado na região do Oceano Austral, cujas águas banham a Antártida. “A importância dos fitoplânctons é pouco conhecida. Por exemplo, são eles os responsáveis pela produção da metade do oxigênio que a população da Terra respira”, destaca. “Os fitoplânctons também são importantes porque são a base da cadeia alimentar no ambiente marinho, assegurando a sobrevivência de diversas espécies de animais”.
 Depois da coleta das amostras, foram isoladas em laboratório algas da espécie Emiliana huxleyi, que pertence ao gênero dos cocolitóforos . “São algas microscópicas, com 5 a 10 micrômetros de diâmetro cada uma, que produzem placas de carbonato de cálcio”, conta o pesquisador. “Quando elas florescem na superfície do oceano em grande quantidade, formam uma grande faixa de cor leitosa, que pode ser vista em imagens de satélite”.
Mudanças climáticas
As algas foram cultivadas e submetidas a experimentos que simulam as condições futuras dos oceanos. “Um dos fenômenos estudados foi a acidificação do oceano, causada pelo aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2) devido à atividade humana”, relata Müller. Em contato com a água, o CO2 reage e forma o ácido carbônico, que diminui o pH das águas oceânicas. “Também foram verificados os efeitos da diminuição de nutrientes no crescimento e no desenvolvimento do fitoplâncton”.
Amostra de fitoplâncton no banco de microrganismos do Departamento de Oceanografia Biológica do IO – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
Os resultados do estudo apontam que a maior acidez da água e a limitação de nutrientes afetam a formação das placas de carbonato de cálcio. “Elas se deterioram e, em alguns casos, até não chegam a se formarem, ou seja, não há calcificação”, ressalta o pesquisador. “Isso pode afetar a cadeia alimentar marinha, hipótese que precisa ser verificada por novas pesquisas”.
A pesquisa também mostrou que, quando é simulado o aumento das emissões, o efeito relativo do CO2 no desenvolvimento do fitoplâncton é o mesmo com nutrientes suficientes ou limitados. “Na verdade, é possível supor que com mais CO2 na água, as algas fazem mais fotossíntese, o que auxilia no crescimento do fitoplâncton.”, observa Müller. “Isso pode aumentar a capacidade de absorção de CO2 do oceano, incluindo o de origem antropogênica”.
A pesquisa foi orientada pelos professores Frederico Brandini, do IO, e Gustaaf Hallengraeff, da Universidade da Tasmânia. O estudo teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do programa Ciência sem Fronteiras, e do Australian Research Council (ARC). Os resultados dos experimentos são descritos em artigo publicado pela revista científica The ISME Journal, editada pela International Society for Microbial Ecology (ISME), e que integra o Nature Publishing Group, sediado no Reino Unido.


Fonte: Jornal da USP - por   - 27.04.2017

Visita dos Navios da Marinha de Guerra do Brasil em Santos

14:52

Os navios: Fragata Constituição (F42), Fragata Independência (F44), Fragata Rademaker (F49), Corveta Barroso (V34) e Navio-Tanque Almirante Gastão Motta (G23). atracarão na próxima sexta-feira (17), no cais da Marinha em Santos
A visitação pública ocorrerá sábado (18) e domingo (20), das 14 h ao pôr do sol. O cais da Marinha fica na avenida perimetral s/n, próximo ao canal 4. A entrada é franca. Os navios da Esquadra Brasileira estão participando da Operação Aderex I, na área marítima compreendida entre o Rio de Janeiro e Santos e foi programada a visita ao Porto de Santos para abastecimento, descanso da Tripulação e treinamentos com os navios atracados. Durante a Operação, serão realizados exercícios com submarinos e helicópteros, envolvendo trânsito com oposição de submarinos e de superfície e ação de presença nas Bacias de Campos e Santos, dentre outros. Contarão, ainda, com a participação de aviões AF-1 da Marinha do Brasil e P-3AM da Força Aérea Brasileira.

Informação das Embarcações:

A Fragata Constituição (F - 42) é uma fragata da Classe Niterói, da Marinha do Brasil.
Fruto do "Programa de Renovação e Ampliação de Meios Flutuantes" da Marinha, concebido na década de 1970, que previa a construção de seis fragatas da Classe Niterói, foi a terceira a ser iniciada.
Construída nos estaleiros Vosper-Tornicroft Ltd., na Inglaterra, em 1974, o seu batimento de quilha ocorreu a 13 de março. Foi lançada ao mar a 15 de abril de 1976, e, a incorporada à armada em 31 de março de 1978.
A embarcação utiliza "Urso" como lema.
O navio esteve envolvido no resgate dos corpos e destroços do voo AF 447, junto com outras embarcações da Marinha Brasileira.


A Fragata Independência (F-44) é uma fragata da classe Niterói, da Marinha do Brasil.
Foi a quinta de sua classe a ser construída, a primeira no país, tendo sido incorporada à Armada em 3 de setembro de 1979.
Totalmente construída no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, seguiu o mesmo padrão do projeto original das demais de sua classe, das quais as quatro primeiras construídas







Fragata Rademaker (F-49) é uma fragata da Classe Greenhalgh, da Marinha do Brasil.
Esta é um dos quatro navios Classe fragatas Type 22 adquiridas da Marinha Real Britânica, aonde era designado como HMS Battleaxe.






A Corveta Barroso (V-34) é uma corveta da Classe de mesmo nome da Marinha do Brasil.
Cv Barroso (V-34) primeiro teste de máquinas em Baia da Guanabara - abril de 2008

O Navio Tanque Almirante Gastão Motta (G-23) é uma embarcação da Marinha do Brasil que exerce a função de navio tanque.
Primeira embarcação a ostentar esse nome na Armada Brasileira, a sua construção foi ordenada a 15 de dezembro de 1987, para substituir o NT Marajó (G-27) e o Navio de Apoio Logístico Almirante Gastão Motta (G29) (ex-NM Itatinga, do Lloyd Brasileiro), que teve a sua conversão para uso naval cancelada, sendo vendido em 1987.
Com projeto desenvolvido a partir de requisitos definidos pela Marinha, foi construído pelo estaleiro Ishikawajima do Brasil Estaleiros S/A (ISHIBRAS), no Rio de Janeiro, com elevado nível de nacionalização. Teve a sua quilha batida a 11 de dezembro de 1989, sendo lançado ao mar e batizado em 1 de junho de 1990. Após concluir as provas de mar, foi submetido a Mostra de Armamento e incorporado à Armada em 26 de novembro de 1991








Posse do CONAPRA para o biênio 2017 /2018

18:51

“A Praticagem do Brasil permanece no rumo certo”- Gustavo Martins





 Foi reeleito à presidência do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra) Gustavo Martins e no dia 9 fevereiro, no Rio de Janeiro, no Clube Naval Piraquê a posse da nova diretoria da entidade. 
A frente do Conapra no biênio de 2017/2018 serão os diretores: Marcus Vinícius Carneiro Gondim, Vitor Cabral Turra, João Bosco de Brito Vasconcelos e Porthos Augusto de Lima Filho, além dos conselheiros fiscais Alexandre Koji Takimoto, Everton Schmidt e Johann Hutzler.


Confira a entrevista concedida ao Programa Amigos do Mar, pelo presidente do CONAPRA - Gustavo Martins

Tradições Navais: uniforme e acessórios

21:44

UNIFORMES

Os oficiais, suboficiais e sargentos usam uniformes do mesmo feitio para o serviço ou para os trabalhos a bordo. São do tipo paletó, ou dóimã, e calça, ou somente camisa e calça. Na cabeça usa-se o boné. Os oficiais e suboficiais, para distinção, usam galões nas platinas colocadas nos ombros dos uniformes brancos, galões nos punhos do uniforme azul e distintivos na gola do uniforme cinza de manga curta (caqui para os Fuzileiros Navais). Os sargentos, cabos e marinheiros cursados usam sempre, para distinção de graduação, divisas nos braços. Os marinheiros-recrutas, aprendizes e grumetes não usam divisas.
As platinas são presas sobre os ombros dos uniformes como acessório, sendo reminiscências de antigas tiras de couro usados nos uniformes para fixar os talabardes (boldriés). São de origem francesa.
Os galões dos oficiais são listras douradas. No Corpo da Armada, a mais alta no punho é terminada por uma volta. Conta a tradição que é uma reminiscência da volta que o Almirante Nelson, oficial inglês, levava em um pequeno cabo amarrado à manga de seu dólmã para sustentá-la em um botão, quando, após perder o braço, subiu ao convés pela primeira vez. As marinhas que tiveram origem e contatos com a Marinha britânica conservam o símbolo.
Os cabos e marinheiros usam uniformes, brancos ou azuis, de gola, e na cabeça, bonés sem pala. Os de trabalho são de cor mescla, com chapéus redondos
típicos, de cor branca, chamados caxangá.
O uniforme típico de marinheiro é universal. Suas características são, principalmente, o lenço preto ao pescoço e a gola azul com três listras.
O lenço teve sua origem na artilharia dos tempos antigos da marinha a vela. Os marujos usavam um lenço na testa durante os combates, amarrado atrás da cabeça. Esse procedimento evitava que o suor, misturado à graxa e mesmo à pólvora das peças de tiro, lhes caísse nos olhos. Ao findar o combate, os marinheiros regulares giravam o lenço e o amarravam ao pescoço, com o nó para frente. Hoje, simbolicamente, o lenço é colocado em tomo do pescoço.
Sua cor preta, diferentemente do que muitos dizem, não é originada em sinal de luto pela morte de Nelson, pois era usado pelos marinheiros, com essa cor, bem antes disso, embora, naquele evento, tenham retirado o lenço característico do pescoço e o colocado no braço.
A gola do marinheiro é bastante antiga. Era usada para proteger a roupa das substâncias gordurosas com que os marujos untavam o "rabicho" de suas cabeleiras. O uso do rabicho desapareceu, mas, a gola permaneceu, como parte característica do uniforme. A cor azul é adotada por quase todas as marinhas do mundo.
As três listas da gola são reminiscência do costume antigo de se indicar, por meio de fitas, presas ao pelerine (capa utilizada sobre os ombros), o tempo de serviço do embarcado.


Os fuzileiros navais também trazem em seus uniformes simbolismo e tradição.

ACESSÓRIOS:

O GORRO
O gorro de fita, de origem escocesa, é uma das tradições que são incorporadas, permanecem e ganham legitimidade. Foi idéia, em 1890, de um comandante do Batalhão Naval, de ascendência britânica. O gorro foi bem aceito e, hoje, caracteriza de forma ímpar o uniforme dos marinheiros de terra, soldados do mar, que são os fuzileiros navais.
O APITO
Os principais eventos da rotina de bordo são ordenados por toques de apito, utilizando-se, para isso, de um apito especial: o apito do marinheiro. O apito serve, também, para chamadas de quem exerce funções específicas ou para alguns eventos que envolvam pequena parte da tripulação. Ele tem sido, ao longo dos tempos, uma das peças mais características do equipamento de uso pessoal da gente de bordo. Os gregos e os romanos já o usavam para fazer a marcação do ritmo dos movimentos de remo nas galés.
Com o passar dos anos, o apito se tornou uma espécie de distintivo de autoridade e mesmo de honra. Na Inglaterra, o Lord High Admirai usava um apito de ouro ao pescoço, preso por uma corrente; um apito de prata era usado pêlos Oficiais em Comando, como "Apito de Comando". Eram levados tais símbolos em tanta consideração que, em combate, um oficial que usasse um apito preferia jogá-lo ao mar a deixá-lo cair em mãos inimigas.
O apito, hoje, continua preso ao pescoço por um cadarço de tecido e tem utilização para os toques de rotina e comando de manobras.
As fainas de bordo, ainda hoje, em especial as manobras que exigem coordenação e ordens contínuas de um Mestre ou Contramestre, são conduzidas somente com toques de apito. Fazê-lo aos gritos denota pouca qualidade marinheira do dirigente da faina e sua equipe.
O Oficial de Serviço utiliza um apito, que não é o tradicional, e serve para cumprimentar ou responder a cumprimentos dos cerimoniais (honras de passagem) de navios ou lanchas com autoridades que passam ao largo; mas, o cadarço que o prende ao pescoço mantém-se como parte do símbolo tradicional.

Os toques de apitos estão grupados, por tipos, em toques de: Continência e Cerimonial, Fainas, Pessoal Subalterno, Divisões e Manobras

A Hierarquia da Marinha Mercante

14:40

As Escolas responsáveis pela formação de pessoal da Marinha Mercante funcionam nos Centros de Instrução Almirante Graça Aranha, no Rio de Janeiro, e Almirante Braz de Aguiar, em Belém.
Esses estabelecimentos pertencem à Marinha do Brasil, assim como as Capitanias dos Portos, suas Delegacias e Agências, que ministram o Ensino Profissional Marítimo, capacitando profissionais para exercerem atividades a bordo de embarcação marítimas e fluviais.
HIERARQUIA DOS OFICIAIS DE CONVÉS:
- Capitão de Longo Curso
- Capitão de Cabotagem
- 1º Oficial de Náutica
- 2° Oficial de Náutica 

 HIERARQUIA DOS OFICIAIS DE MÁQUINAS:
- Oficial Superior de Máquinas
- 1° Oficial de Máquinas
- 2° Oficial de Máquinas