Pesquisadores de macroalgas antárticas desenvolvem substâncias para auxílio no tratamento do Alzheimer
19:35As algas marinhas representam
um valioso tesouro para o fornecimento
de produtos como
os farmacêuticos, alimentícios
e de combustíveis. Elas são as maiores produtoras
de oxigênio do nosso planeta e também
funcionam como ambiente de proteção
e reprodução de organismos marinhos.
Estas espécies são de grande interesse no
ambiente antártico, pois estão em um ambiente
extremo e necessitam de adaptações
para seu desenvolvimento.
O projeto das algas marinhas bentônicas,
coordenado pelo professor Pio Colepicolo
Neto, do Departamento de Bioquímica do
Instituto de Química da Universidade de São
Paulo (IQ-USP), vem apresentando, ao longo
de nove anos, dentro do Programa Antártico
Brasileiro, grandes descobertas e formações
de novos pesquisadores na área da ficologia.
Dentre estas descobertas estão as substâncias
químicas que são encontradas em todas
as espécies e que tem uma vasta aplicação
Pesquisadores do Projeto Pio Colepicolo na Ilha Anvers sendo apoiados pelo Navio Polar Almirante Maximiano
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na indústria farmacêutica, ao servir de base
para a fabricação de antiinflamatórios, antifúngicos,
antivirais, bactericidas, antioxidantes
e, também, na agricultura.
Um grande estudo que vem ganhando
destaque dentro do projeto é a utilização
destas substâncias químicas no tratamento
da doença do Alzheimer.
Outros estudos são
realizados com parcerias de Universidades
como UNESP, UFRJ, UFPEL e Instituto de
Botânica, que vem desenvolvendo o levantamento
das espécies e sua distribuição ao
longo da península antártica.
Já na agricultura, por exemplo, antifúngicos
extraídos de macroalgas podem ser aplicados
sobre frutas como mamão e morango
podendo aumentar o tempo de duração
em semanas. Além destas aplicações, são
desenvolvidos estudos com o potencial das
espécies de algas na produção de biocombustíveis.
Estudos Fisiológicos são realizados,
mostrando o crescimento, reprodução
e composição de açúcares. Através destes
estudos sabemos que as espécies antárticas,
possuem uma alta taxa de crescimento
e também reservam grande quantidade dos
açúcares produzidos durante o verão para
serem utilizados no inverno, devido a baixa
quantidade de luz.
Durante a terceira e quarta fase da OPERANTAR
XXXVI foi possível conhecer novas
ilhas, nunca visitadas pelo projeto que trouxeram
descobertas de grande interesse,
além de desenvolver atividades como aná-
lise da fotossíntese, reprodução, ecologia e
química.
Fonte Informativo: Infocirm - Por Jônatas Martinez Canuto de Souza, doutorando
em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente
no Instituto de Botânica de São Paulo, no
Núcleo de Pesquisa em Ficologia.
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