Brasil terá centros de irradiação para esterilizar alimentos
12:53Amazul fomentará a utilização de tecnologias nucleares para
esterilização de alimentos, medicamentos e outros produtos e insumos
O anúncio do projeto será feito pelo diretor-presidente da Amazul,
Antônio Carlos Soares Guerreiro, em palestra no 11º Seminário Internacional de
Energia Nuclear (SIEN 2020), no dia 29/10, às 12h. O evento será realizado
online, de 28 a 30 de outubro próximo.
O interesse por esta tecnologia tem aumentado desde a criação
de um Grupo Técnico para tratar do tema no âmbito do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República, sob a liderança do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e com a participação de diversos órgãos
do governo. Representantes de setores produtivos ficaram interessados em
utilizar esta tecnologia, que não é nova, mas pouco utilizada no País.
A Amazul iniciou gestões junto ao Ministério da Agricultura de modo a conhecer as demandas dos
produtores nacionais por esse tipo de tratamento e elaborar um projeto que atenda aos interesses do setor. Segundo Guerreiro, a irradiação elimina bactérias e micro-organismos prejudiciais à saúde e aumenta o período de conservação dos alimentos, trazendo ganhos de produtividade para a cadeia de produção. “Para se ter uma ideia do mercado potencial desses centros de irradiação, basta lembrar que o agronegócio é responsável por 21,4% do PIB e 43% do valor total das exportações, em 2019. Hoje, o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas e exporta apenas cerca de 3% da sua produção. A mesma tecnologia pode ser usada em outros setores, como os de cosméticos, material médico, acervos históricos, obras de arte etc.”, destaca Guerreiro.A ideia é fazer uma chamada pública internacional para
oferta de equipamentos e sistemas de irradiação, na qual serão selecionadas as
melhores soluções para cada tipo de emprego da irradiação. A Amazul, mediante
aporte de recursos do cliente final, fará o projeto de engenharia, o
dimensionamento dos equipamentos, o licenciamento radiológico e a contratação
da empresa responsável pela construção, montagem e comissionamento dos
equipamentos, bem como a fiscalização do empreendimento, até a entrega final ao
usuário final.
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), órgão
ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), responsável pela
introdução da tecnologia no País, dará o apoio técnico ao projeto.
Quem é a Amazul
A Amazul – Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. foi constituída,
em 2013, para promover, desenvolver, absorver, transferir e manter as
tecnologias necessárias ao Programa Nuclear da Marinha (PNM), Programa de
Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e Programa Nuclear Brasileiro (PNB).
Dentro do PNM, atua nos projetos para construir, comissionar e operar reator nuclear
de potência, totalmente nacional, e para a produção em escala industrial do
combustível nuclear.
Em relação ao PROSUB, ajuda a desenvolver tecnologias como o
Sistema Integrado de Gerenciamento de Plataforma e o Sistema de Combate de
Submarinos.
A Amazul faz parte do esforço para aumentar a oferta de energia
no País. Em parceria com a Eletronuclear projeta a extensão da vida útil da
Usina Nuclear de Angra I. Com a INB, elabora projeto de ampliação da Usina
Comercial de Enriquecimento de Urânio (UCEU) em Resende (RJ), dentro do programa
da estatal de abastecer as usinas de Angra com combustível nuclear.
A Amazul também desenvolve projetos para prevenir e tratar doenças
e melhorar a qualidade de vida de milhões de pacientes. Atua na implantação de
um programa de modernização no Centro de Radiofarmácia do Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo, em parceria com a
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), para a produção de radiofármacos. Também
com a CNEN, projeta o Reator Multipropósito Brasileiro, voltado para pesquisa e
a produção de matéria-prima para a fabricação de radiofármacos usados no diagnóstico
e no tratamento do câncer.
Fonte: Amazul
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