Amazul anuncia centros de irradiação de alimentos no SIEN
15:32diretor-presidente da Amazul, Antonio Carlos Soares Guerreiro, anunciou que a
empresa pretende implantar no Brasil centros de irradiação para permitir a
utilização das tecnologias nucleares para esterilização nos setores de produção
de alimentos, medicamentos, cosméticos, insumos para a área médica e outras
indústrias.
Para isso, a empresa buscará no mercado internacional fornecedores de
equipamentos e sistemas de irradiação que deverão atender às necessidades
de cada setor.
A estratégia de busca de parceiros para o projeto (fornecedores de sistemas de
irradiação, construtores de instalações, investidores) foi detalhada pelo
coordenador-geral de Negócios da Amazul, Nilo de Almeida, que também
participou do SIEN. A Amazul já está cadastrando empresas fabricantes de
sistemas de irradiação e pode atuar no apoio à negociação, na elaboração dos
projetos de engenharia, no licenciamento e na fiscalização de implantação dos
centros irradiadores.
Na sequência, o engenheiro nuclear Rafael Komatsu, lotado na Diretoria
Técnica da Amazul, descreveu as diferentes instalações para abrigar
irradiadores industriais conforme as normas de segurança nuclear e proteção
radiológica e as aplicações conforme o tipo de radiação utilizada (raios gama,
feixe de elétrons e raios x).
O engenheiro também frisou que essa tecnologia é aplicada em níveis
inferiores aos da energia necessária para criação de radioisótopos – por essa
razão, os materiais tratados com irradiação não se tornam radioativos.
No caso dos alimentos, a irradiação elimina bactérias e micro-organismos
prejudiciais à saúde e aumenta o período de conservação, trazendo ganhos de
produtividade para a cadeia de produção. “Para se ter uma ideia do mercado
potencial desses centros de irradiação, basta lembrar que o agronegócio é
responsável por 21,4% do PIB e 43% do valor total das exportações, em 2019”,
destacou Guerreiro. “Hoje, o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas e
exporta apenas cerca de 3% da sua produção”, acrescentou.
O interesse por esta tecnologia tem aumentado desde a criação de um Grupo
Técnico para tratar do tema no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional
da Presidência da República, sob a liderança do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, e com a participação de diversos órgãos do
governo. Representantes de setores produtivos ficaram interessados em utilizar
esta tecnologia, que existe há mais de 30 anos no exterior, mas é pouco
utilizada no País.
A mesma tecnologia pode ser usada em outros setores, como os de
cosméticos, material médico (máscaras e luvas de proteção, bisturis), acervos
históricos, obras de arte. Tem aplicação também nos bancos de tecidos e
ossos para eliminar micro-organismos e reduzir a rejeição nos casos de
transplante.
Profissionais da Amazul acompanharam SIEN pelo Youtube
O formato online do SIEN permitiu aos profissionais da Amazul acompanharem
toda a programação do seminário pelo Youtube. No primeiro dia (28/10), o
diretor técnico Francisco Roberto Portella Deiana, sete engenheiros e um físico
nuclear assistiram às apresentações e trocaram impressões na sala de
videoconferências da empresa.
No dia 29/10, 12 profissionais da Amazul assistiram às apresentações do
segundo dia do SIEN no auditório da empresa, com a participação do diretor
técnico Francisco Deiana e do diretor de Gestão do Conhecimento e Pessoas
Newton de Almeida Costa Neto. Outros dois engenheiros da Amazul, lotados
no Centro de Radiofarmácia do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares,
acompanharam as apresentações no local de trabalho.
Programação do SIEN
Realizado de 28 a 30 de outubro, o XI SIEN teve como tema central o novo
modelo de negócios para retomada da usina nuclear de Angra 3, além da
perspectiva de construção de novas usinas até 2050. Na cerimônia de abertura
(28/10), falaram os ministros de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque,
e o da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, e os presidentes da
Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, e da Eletronuclear, Leonam dos Santos
Guimarães.
No dia 28/10, a programação do seminário pontuou projetos dos quais a
Amazul participa ou tem planos de participar, como a retomada da construção
de Angra 3.
O projeto do Centro Nacional de Tecnologia Nuclear e Ambiental (Centena)
como repositório de rejeitos de baixo e médio nível de radiação, outro projeto
de interesse da Amazul, foi apresentado em mesa-redonda também no dia 28.
Outro tema de destaque foram as perspectivas e desafios da medicina nuclear
e o mercado de radiofármacos no Brasil.
Na manhã do dia 29/10, a técnica de irradiação para dinamizar a agropecuária
nacional e a implantação de irradiadores multipropósitos no Brasil reuniu em
videoconferência representantes do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República, Ministério da Agricultura, Associação Brasileira dos
Produtores e Exportadores de Frutas, Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares, além da empresa IBA Group.
À tarde, representantes da INB e do Ministério de Minas e Energia debateram a
mineração e o mercado internacional de urânio e combustível nuclear.
A extensão da vida útil de Angra 1, objeto de contrato entre Amazul e
Eletronuclear, foi tema de painel na mesma tarde.
No dia 30/10, o assessor de Comunicação Social e Sustentabilidade da
Amazul, Charles Magno Medeiros, participou de debate sobre comunicação do
setor nuclear com o coordenador de Comunicação Institucional da
Eletronuclear, Marco Antônio Torres Alves, e a conselheira da Associação
Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), Olga Simbalista.
Fonte: Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A.
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