Conapra presenteia Comando do Ciaga com obra de Carlos Kirovsky

14:38



O Conselho Nacional de Praticagem (Conapra) presenteou o Comando do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (Ciaga), da Marinha do Brasil, com uma pintura do artista Carlos Kirovsky. A obra é uma reprodução de uma histórica foto da Praticagem do Pará que está afixada na sala da Presidência do Conapra. Nela, o Prático Miguel Ferreira Salgado embarca para uma faina de Praticagem no navio Liverpool, da extinta Booth Line, no antigo ponto de espera de Prático de Salinópolis. O registro é de 1942.

O Diretor-Presidente do Conapra, Prático Gustavo Henrique Alves Martins, entregou o quadro ao Comandante do Ciaga, Almirante Viamonte.

Natural do Rio de Janeiro, Carlos Kirovsky já pintou mais de 200 quadros com a temática naval. Sua arte está em museus, gabinetes da Marinha e já foi reproduzida até em selo dos Correios. Publicitário, ele passou a se dedicar integralmente à pintura em 2001, mas a primeira exposição foi em 1990.

– Sempre gostei do mar e de velejar. O mar é um elemento já comum em minha mente, assim como as embarcações – diz o pintor, de 59 anos.

A Praticagem do Brasil mantém uma estreita relação com o Centro de Instrução, contribuindo com a modernização de salas de aprendizado, projetos de incentivo ao esporte e à mentalidade marítima. Referência na formação de Oficiais em Náutica e Máquinas, o Ciaga também abriga a parte presencial do Curso de Atualização para Práticos (ATPR), realizado pelo Conapra por delegação da Autoridade Marítima.

Fonte: Conapra

Comando do 4º DN realiza reunião do Fórum Permanente de Segurança do Tráfego Aquaviário na Amazônia Oriental

12:19

Fórum Permanente reuniu participantes militares e civis
No dia 27 de junho, a Marinha do Brasil, por meio do Comando do 4º Distrito Naval (Com4ºDN), realizou mais uma reunião do Fórum Permanente de Segurança do Tráfego Aquaviário da Amazônia Oriental. O evento contou com a coordenação da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR).
 
No Fórum, o Com4ºDN apresentou a necessidade de massificar a campanha de conscientização de segurança da navegação com a responsabilidade de todos, principalmente os comandantes de embarcações, a fim de reduzir o número de acidentes que vêm ocorrendo nos últimos meses.
 
O evento contou com a presença de organizações militares, representantes do Ministério Público do Pará, da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará, da Procuradoria de Justiça, Empresas de Praticagem, Corpo de Bombeiros, da Federação dos Trabalhadores em Transportes Marítimos e Fluviais nos Estados do Pará e Amapá, Sociedade Amigos da Marinha (Soamar-PA), entre outros órgãos e entidades.
 
O foco abordado foi a questão da responsabilidade e segurança das embarcações que realizam o transporte de passageiros na região amazônica, destacando as ações de prevenção aos acidentes de navegação e à campanha de enfrentamento aos acidentes com escalpelamento nas embarcações miúdas.
 
A Capitania dos Portos apresentou ainda o escopo da “Operação Verão Amazônico 2019”, que está sendo realizada, até o dia 4 de agosto, em diversos municípios sob sua jurisdição, com apoio de prefeituras, do 52º Batalhão de Infantaria de Selva, Corpo de Bombeiros dentro outras organizações militares.

Fonte: Marinha do Brasil

Com apoio da Praticagem, concurso sobre a Amazônia Azul ganha mais uma categoria

20:32

Foi lançado, no Salão Histórico do 1º Distrito Naval, no Rio de Janeiro, o 2º Concurso de Redações
sobre a Amazônia Azul, uma realização da Sociedade dos Amigos da Marinha do Estado do Rio de Janeiro com apoio do Conselho Nacional de Praticagem e da Marinha.

Além da Praticagem do Brasil, estiveram presentes no evento o Diretor de Portos e Costas da Marinha, Almirante Roberto, o Comandante do 1º Distrito Naval, Almirante Rocha, e o Presidente da Soamar-Rio, Jose Antonio de Souza Batista.

As inscrições já estão abertas e vão até 30 de julho, ou caso atinjam o número de cinco mil redações por categoria. Este ano, além das categorias Geral e Universitária, foi criada a do Ensino Fundamental. E há temas específicos para cada uma: Economia Azul (Geral); O programa nuclear brasileiro e a Amazônia Azul (Universitária); e Um sonho na Amazônia Azul (Ensino Fundamental).

Serão distribuídos prêmios em dinheiro, tablets e passaportes de um ano para o AquaRio, de acordo
com a colocação até o décimo lugar. O objetivo da iniciativa é dar conhecimento ao termo Amazônia Azul e desenvolver uma mentalidade marítima na sociedade.

Analogia à riqueza de recursos da floresta amazônica, o termo Amazônia Azul é uma marca registrada e foi adotado pela Marinha com o intuito de alertar para a importância política, estratégica e econômica das águas jurisdicionais brasileiras.

O Brasil conta com uma área oceânica de cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados que equivale a 52% do seu território continental. Nela, além da vasta biodiversidade, estão a grande maioria das reservas de petróleo e gás natural do país; e circulam navios responsáveis por mais de 90% do comércio exterior brasileiro. Em 16 de novembro, celebra-se o Dia Nacional da Amazônia Azul, instituído, em 2015, por lei da Presidência da República.

A Praticagem do Brasil é uma aliada da Marinha na proteção ambiental da Amazônia Azul, evitando acidentes em águas que apresentam condições que dificultam a livre e segura movimentação das embarcações.


Mais informações e inscrições em https://seguro.cesgranrio.org.br/login.aspx?returnurl=/eventos/amazonia_azul.aspx

Fonte: Praticagem do Brasil

NAsH “Soares de Meirelles” realiza assistência hospitalar no Município de Portel (PA)

11:56

Militar da Marinha presta atendimento na cidade de Portel(PA)
 
O Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) “Soares de Meirelles”, subordinado ao Comando da Flotilha do Amazonas, realizou, nos dias 18 e 19 de junho, na cidade de Portel (PA), uma Operação de Assistência Hospitalar (ASSHOP) à população ribeirinha.
 
Além do atendimento básico de saúde, a equipe hospitalar do navio, composta por quatro médicos, quatro cirurgiões-dentistas, duas enfermeiras, uma farmacêutica, seis técnicos de enfermagem e um técnico de higiene dental, realizou, também, palestras de conscientização a respeito das doenças mais comuns na região amazônica e sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. A oferta de exames laboratoriais, de raios-X e de ultrassonografia, auxilia nos diagnósticos dos pacientes, melhorando a qualidade de vida das populações com menor acesso aos recursos de saúde.
 
Desde o dia 2 de junho, foram atendidas 1.282 pessoas, sendo realizados 1.554 procedimentos médicos, 5.530 odontológicos, 478 laboratoriais, 18 coletas de exame preventivo, cinco exames de ultrassom, 43 de raios-X e 16 eletrocardiogramas. Foram distribuídos 65 óculos de leitura, 1.099 kits de higiene oral e 11.504 medicamentos, números alcançados durante os quatro dias de ASSHOP ocorridos nos municípios paraenses de Antônio Lemos, São Sebastião da Boa Vista e Breves.
 
Dando continuidade à missão, o navio ainda realizará atendimentos nas cidades de Afuá, Porto Alegre, Jarilândia, Vilarinho do Monte, Porto Moz e Saracura, no Pará.
 
NAsH “Soares de Meirelles” atracado na cidade de Portel (PA)

Fonte: Marinha do Brasil

Wilson Sons Estaleiros recebe mais duas embarcações para docagem

10:43

Empresa contabiliza 26 contratos de reparo naval em 2019,
superando resultado do ano passado

O estaleiro da Wilson Sons vai concluir até o fim deste mês a docagem do PSV (Platform Supply Vessel) Zarapito e do rebocador Vega. As operações começaram em 4 de junho, no Guarujá, e incluem procedimentos de reparos para a integridade estrutural, mecânica, elétrica e estética das embarcações.

Além do Zarapito e do Vega, a Companhia já executou este ano outras dez docagens e tem mais 14 programadas, somando 26 contratos em 2019. O número supera o desempenho de 2018, quando foram realizadas, ao todo, 24 operações de reparo naval.

“É um resultado importante e mostra a solidez da empresa num período desafiador para a indústria naval brasileira. A Wilson Sons sempre foi conhecida no país pela qualidade na construção de novas embarcações, docagens, reparos e conversões”, avalia o diretor-executivo da empresa, Adalberto Souza.

Para o executivo, são fatores importantes na decisão dos clientes: a localização do estaleiro, próximo ao Porto de Santos, sua infraestrutura, tradição de entregas dentro do prazo e a excelente performance em segurança. Ele ressalta também a importância da sinergia entre os negócios do Grupo. O PSV Zarapito pertence à Wilson Sons Ultratug Offshore e o Vega, à Wilson Sons Rebocadores.

Além dos contratos de docagem, a atual carteira da empresa contempla ainda a construção de um rebocador da série de escort tug, com 90 toneladas de tração estática, para a Wilson Sons Rebocadores. No ano passado, a empresa entregou o primeiro rebocador dessa série, o WS Sirius, atualmente o mais potente da costa brasileira.

Sobre o Grupo Wilson Sons

O Grupo Wilson Sons é um dos maiores operadores integrados de logística portuária e marítima no mercado brasileiro e oferece soluções da cadeia de suprimento, com mais de 180 anos de experiência. A Companhia presta uma gama completa de serviços para as empresas que atuam na indústria de óleo e gás, no comércio internacional e na economia doméstica, conectando as melhores soluções aos resultados esperados pelos seus clientes.

Marinha do Brasil participa das homenagens ao 256º Aniversário de José Bonifácio de Andrada e Silva, em Santos-SP

12:26

Representação da CPSP nas homenagens ao Patrono da Independência
José Bonifácio em Santos
 
A Marinha do Brasil, representada pela Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), participou das comemorações do 256º aniversário de nascimento de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, no dia 13 de junho, em Santos-SP. As atividades fazem parte da Semana do Patriarca da Independência e consta do calendário de eventos e comemorações oficiais da cidade.
 
Na cerimônia, realizada na Praça Barão do Rio Branco, em frente ao Pantheon dos Andradas, aconteceu uma aposição de flores junto ao mausoléu dos irmãos Andradas, onde se encontra a jazida do cidadão santista e espaço de homenagens anuais em memória do estadista, naturalista e poeta luso-brasileiro.
 
Estiveram presentes no evento o Vice-Pre­feito de Santos, Sandoval Soares, membros do Movimento Pró-Memória José Bonifácio, representações da Marinha, do Exército, da Força Aérea, da Polícia Militar, a Banda da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea e alunos das redes de ensino municipal, estadual e privado.
 
Durante as comemorações, uma exposição, que apresenta a trajetória e curiosidades da vida do Patriarca, dividida em 14 painéis, foi inaugurada na sede do Arquivo Permanente da Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS), além do lançamento, pelos Correios, do selo  postal comemorativo aos  200 anos do retorno de José Bonifácio ao Brasil.
 
ridades publicas presentes ao evento
Capitão dos Portos de São Paulo, Capitão de Mar e Guerra Daniel Menezes, e autoridades publicas presentes ao evento

Fonte: Marinha do Brasil

Acúmulo de metais em organismos marinhos traz alerta para o futuro

12:24





Os cetáceos objetos de estudos foram cedidos por laboratórios, onde já foram encaminhados para esses locais sem vida. Imagem: Marcos Santos/ USP Imagens

ANIMAIS MARINHOS, SEDIMENTOS E FRAGMENTOS VEGETAIS FORAM ANALISADOS PARA VERIFICAR NÍVEIS DE METAIS ACUMULADOS EM TEIA ALIMENTAR PRÉ-ESTABELECIDA

Pesquisa de doutorado de Tailisi Hoppe Trevizani realizada no Laboratório de Química Inorgânica Marinha (LaQIMar) Instituto Oceanográfico (IO) da USP investigou a concentração de diversos metais em animais marinhos de três estuários brasileiros. Os dados devem ser encarados com atenção por órgãos como a Anvisa, já que apontam alta concentração de alguns metais que poderão acarretar em problemas no futuro.
Baseada no litoral, foram estudados os estuários (embocaduras dos rios formadas em seu encontro com o mar) localizados em Paranaguá-PR, Cananéia-SP e Santos-SP.
A tese “Bioacumulação e biomagnificação de metais pesados em teias tróficas de estuários do sul-sudeste do Brasil”, traz consigo dois termos importantes. O primeiro, bioacumulação, descreve um processo em que substâncias ou compostos químicos são absorvidos pelos organismos, podendo ocorrer de forma direta ou indireta. O segundo, biomagnificação, diz respeito ao fenômeno que ocorre quando há acúmulo progressivo de substâncias de um nível trófico para outro ao longo da teia ou cadeia alimentar.
Dessa forma, Tailisi procurou apontar a bioacumulação e biomagnificação de metais pesados em teias tróficas nos estuários estudados. Teia trófica é um conjunto de cadeias alimentares (relações entre matéria e energia que os seres vivos utilizam para sobreviver) interligadas entre si. A ideia central era traçar o caminho de metais ao longo da cadeia alimentar estudada (imagem abaixo), sob o impacto histórico que sofrem as regiões costeiras no país pela ação do homem.
Foram base de estudo nos três estuários as concentrações dos seguintes metais: arsênio, cádmio, chumbo, cobre, cromo, níquel, selênio, zinco e mercúrio. Para embasar a pesquisa, foram incorporadas às análises os isótopos estáveis de carbono e nitrogênio (isótopos estáveis são partes de elementos químicos que não emitem radiação), presentes em sedimentos e organismos marinhos. Esses últimos representados por invertebrados bentônicos (como os moluscos e crustáceos), peixes bentívoros (como o cangoá, Stellifer rastrifer) e mamíferos marinhos (botos cinzas, Sotalia guianensis; e toninhas, Pontoporia blainvillei).
“Escolhemos espécies alvos do estudo desde o começo. Os mamíferos são sentinelas ambientais, ou seja, elas conseguem nos dar alertas sobre como está o ambiente, por estarem no topo da teia trófica“, explica a pesquisadora Tailisi Trevizani. Como os mamíferos marinhos ou cetáceos são pouco estudados, houve a observação de que essas são espécies ameaçadas na costa do Brasil, dando ainda mais base e importância para a pesquisa. “É uma iniciativa para que possa inclusive ocorrer outros estudos ao longo da costa brasileira.”
Teia trófica observada pela pesquisa, em que cetáceos estão com mais possibilidade de acumulação por estarem no topo. Imagem: Tailisi Trevizani
Os termos
Por não serem tão conhecidos, os termos podem causar confusão. Esta pode ocorrer quando o termo “bioacumulação” passa a ser usado como sinônimo de “biomagnificação” (ou até mesmo “bioconcentração”). Para diferenciar, é importante saber que bioacumulação possui ocorrência em um nível trófico e representa o aumento da concentração de uma substância nos tecidos ou órgãos dos organismos. Já bioconcentração ocorre quando as substâncias são absorvidas pelos organismos em concentrações mais elevadas do que o ambiente circundante.
Sendo assim, a bioconcentração e a bioacumulação acontecem dentro de um organismo, enquanto que a biomagnificação ocorre entre os diferentes níveis da cadeia alimentar (níveis tróficos). A simplificação desses termos e explicação dessa diferença, foram feitas pela professora Rosalinda Carmela Montone, que fez parte da banca examinadora da Tailisi. Demais informações podem ser acessadas no próprio site do IO.
As análises
A tarefa de análise de dados não foi fácil. Ao longo do ano de 2015, foram muitas as coletas e observações feitas. Como instrumento de captação de material, foi utilizado uma draga que recolheu sedimento e bentos, identificados ao nível de sua família na teia trófica. Peixes e lulas foram colhidas por redes de arrasto. Cumprindo o papel responsável com o meio ambiente, a pesquisadora afirma “que as espécies que não eram alvos da pesquisa foram soltas imediatamente após a identificação dos peixes não utilizados, com eles ainda vivos”.
A fim de armazenamento de informações os peixes foram pesados e medidos, fazendo também as suas sexagens (identificação de sexo). Os cetáceos foram provenientes da captura acidental feita por pescadores ou quando encontrados mortos na praia.
Especificamente a eles, houve a cessão por laboratórios. Em Paranaguá, quem cedeu os animais foi o Laboratório de Ecologia e Conservação do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM-UFPR). Já em Cananéia, a colaboração com a pesquisa aconteceu pelo Laboratório de Biologia e Conservação Marinha do IO-USP, através do professor Marcos C. O. Santos. “É importante lembrar que os animais já estavam mortos, nós não matamos cetáceos para pesquisar”, enfatiza Tailisi.
As concentrações
Na paulista Cananéia e paranaense Paranaguá há uma bioacumulação semelhante dos elementos. O arsênio acumula-se principalmente nos peixes e demais organismos bentônicos. Níquel e chumbo só bioacumula nos bentos. Zinco, cobre e mercúrio, ficaram presentes em todos os níveis tróficos. Já o selênio só bioacumula no verão, quando este se encontra nos sedimentos.
Santos possui uma situação diferente. Há bioacumulação de arsênio, níquel, chumbo e zinco somente nos bentos. A semelhança fica com o selênio, que só bioacumula no verão, muito por conta da sua quantificação nos sedimentos. Já no mercúrio ocorre o processo de absorção em todos os níveis tróficos.
O único metal em que há a comprovação da biomagnificação é o mercúrio. “Por isso ele é o contaminante mais falado e polêmico. É uma capacidade própria dele (biomagnificar), causando assim, o aumento da concentração ao longo do nível da teia trófica”, diz a pesquisadora. Justamente por isso, há chance de se ter maior concentração dele nos cetáceos. “E se está nesse grupo, há a preocupação de que se chegue no ser humano, por conta do consumo alimentar do peixe”.
Resultado das cidades
Em Paranaguá, houve maior concentração de cromo, cobre, mercúrio e zinco. “Isso se deve à atividade portuária, águas residuais não tratadas vinda pelos grandes rios e contaminação agrícolas”, ressalta a cientista. Algumas características geoquímicas da região também foram fundamentais para essa quantidade de metais encontrados. A área do porto coincide com a zona de máxima turbidez, como se fosse o limite da maré com maior agitação das águas e suspensão de sedimentos, tendo maior redisponibilização do metal que estava no sedimento.
No estado de São Paulo, a cidade de Cananéia, apesar de aparentar ser o local mais preservado, apresentou grande concentração de arsênio. Uma das justificativas é que esse metal pode ser proveniente de forma natural, pelo embasamento rochoso. Contudo, também houve uma maior concentração de chumbo. “Em estudos anteriores, perceberam que esse chumbo está relacionado com a atividade de mineração na região. Ele aparece biodisponível, continuando sendo assimilado pela biota (conjunto de seres vivos da fauna e flora) da região”, explica Tailisi.
Em Santos, onde se esperava grandes concentrações, foram encontrados altos níveis apenas nos sedimentos. Na biota os metais níquel, cádmio e selênio foram os que apresentaram as maiores concentrações. “Estes estão ligados às atividades urbanas da região, em especial o selênio com a presença de esgoto não tratado, e o cádmio e níquel relacionados às indústrias”. No alto estuário não foram encontradas espécies de peixes, apenas na baía. Um ponto preocupante, visto que as atividades da região afetam a qualidade da água e dos sedimentos. Podendo, futuramente, afetar ainda mais a organização dos seres vivos ao longo do estuário santista.
“Decidi fazer uma ligação com o que estudei na graduação e no mestrado. Observei também que em Santos não tinha um estudo com esse olhar. Fui por um lado ecossistêmico e social ao incluir a biota, já que um peixe pode servir como alimento”, declara Tailisi Trevizani.
Os dados apontam algumas preocupações para o futuro. As altas concentrações apresentadas devem ser vistas de perto por órgãos competentes. Estes regulamentam as concentrações de metais que devem estar presentes no pescado comercializado. No Brasil, a responsável pelas normas e fiscalização é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Internacionalmente, os níveis ideais são apontados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO-ONU).
A pesquisa teve orientação do professor Rubens Cesar Lopes Figueira, do IO-USP, e co-orientação da professora Camila Domit, do CEM-UFPR.


Fonte:  AUN - AGÊNCIA UNIVERSITÁRIA DE NOTÍCIAS