Tradições Navais: Mastro e Convés

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Se alguma autoridade a quem o Comandante esteja subordinado, organicamente (dentro de sua cadeia de comando) estiver a bordo, a flâmula é arriada e substituída pelo pavilhão-símbolo daquela autoridade. A flâmula é trocada nas passagens de comando e em nenhum outro caso é arriada.
Existem conveses com nomes especiais. Um convés parcial, acima do convés principal na proa é o convés do castelo. A denominação é reminiscência do antigo castelo que os navios medievais levavam na proa onde os guerreiros combatiam.
Em certos navios existem mais dois conveses com nomes especiais: o convés do tombadilho, que é o convés da parte alta da popa, e o convés da tolda.
Nos navios grandes o local onde permanece o Oficial de Serviço, no porto, é chamado convés da tolda à ré.
Nele não é permitido a ninguém ficar, exceto o Oficial de Serviço e seus auxiliares.

Tradições Navais: Posições Relativas a Bordo

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As posições relativas ao navio, para assim: se estiver na parte de trás, estará a quem está a bordo, são consideradas ré e se estiver na parte da frente do navio, estará a vante; se estiver voltado para a parte da frente - parte de vante - o lado que fica à direita é chamado boreste e o lado que fica à esquerda é chamado bombordo. A parte da frente do navio é a proa; a parte de trás, Sipopa.
A popa é uma parte do navio mais respeitada q
ue as demais. Nos navios de guerra, todos que entram a bordo pela primeira vez no dia, ou que se retiram de bordo, cumprimentam a bandeira nacional na popa, com o navio no porto. Ela está lá por ser a popa o lugar de honra do navio, onde, já nos tempos dos gregos e romanos, era colocado o santuário do navio, com uma imagem ou "Puppis", de uma divindade. O termo popa é derivado de "PUPPIS".
Os lados do navio são os bordos e o de boreste é mais importante que o de bombordo. Nele, desde tempos imemoriais, era feito o governo do navio por uma estacade madeira em forma de remo, chamada pêlos navegantes gregos de "Staurus".
Os antigos navegantes noruegueses chamavam a peça de "staurr" que os ingleses herdaram como "steor", denominação dada ao remo que servia de leme, e "STEORBORD" ao bordo onde era montado, hoje "starboard". Ao português, chegou como estibordo. Os brasileiros inverteram a palavra para boreste (Aviso do Almirante Alexandrino, Ministro da Marinha) a fim de evitar confusões com o bordo oposto: bombordo.
A palavra bombordo tem vínculo com o termo da língua espanhola "babor" que, por sua vez, parece ter origem ou estar relacionada à palavra francesa "bâbord". Na Marinha francesa os marinheiros que tinham alojamento a bombordo, eram chamados de "babordais" e tinham os seus números internos de bordo pares. Ainda hoje, nanumeração de compartimentos, quando o último algarismo é par, refere-se a um espaço a bombordo, quando é impar, refere-se a boreste.
As marinhas de língua inglesa, ou a elas relacionadas, não utilizam expressões próximas de "bâbord". Balizam o bordo oposto ao do governo de "port", ou seja, o bordo onde não estava o leme e que, por esta razão, ficava atracado ao cais, ao porto; daí a expressão "port", bordo do porto.
O navio é dividido em seções horizontais chamadas conveses. São os pavimentos. Um deles serve de referência para contagem e é chamado convés principal. Os demais são balizados em relação ao principal, para cima, como os conveses da superestrutura; e para baixo, até o porão. Quem neles estiver, nos conveses abertos é considerado como estando no convés ou em uma plataforma.
Os conveses cobertos, do convés principal para baixo, até o porão, são chamados de cobertas. É dito que quem neles se encontra está cobertas abaixo.

Fonte: https://www.marinha.mil.br