ICMBio monitora saúde dos corais em Noronha

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A área de pesquisa e manejo do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) de Fernando de Noronha, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realiza monitoramento da saúde dos corais e o efeito de eventos climáticos, em especial o El Niño (aquecimento dos oceanos), nesses organismos.


Um dos efeitos é o branqueamento e morte dos corais. O monitoramento é feito por mergulhos autônomos. Há duas semanas, foi divulgado novo alerta de água quente aproximando-se da ilha, o que levou a equipe do ICMBio a entrar no mar em alguns pontos estratégicos.

“No Arquipélago de Fernando de Noronha não se observa tanto o efeito do El Niño, apesar de os corais apresentarem algum grau de degradação decorrente de outros fatores”, analisa Ana Carolina Grillo, pesquisadora e voluntária do ICMBio. “O branqueamento pode acontecer de um dia para o outro. É preciso estar sempre alerta e torcer para que a temperatura da água se estabilize”, disse ela.

Impactos no ecossistema

O monitoramento em Noronha acompanha as transformações nos corais para avaliar o impacto no ecossistema e estudar possíveis medidas mitigatórias. Uma delas pode ser o fechamento de pontos de mergulho, como foi feito em maio pelo Departamento de Parques Nacionais da Tailândia. Os corais branqueados ficam muito mais sensíveis ao impacto por contato ou depósito de sedimentos levantados por um mergulhador desatento.

Dentro dos corais vivem tipos específicos de microalgas, que são responsáveis pela sua coloração. Ao realizar a fotossíntese, as algas fornecem nutrientes aos corais, que, por sua vez, proporcionam a elas proteção e abrigo. Os corais são gravemente afetados pelas ondas de calor, já que as algas são expulsas nesses eventos de estresse, o que causa o branqueamento.

Evento global de branqueamento

Em 2014, foi anunciado o terceiro evento global de branqueamento de corais, com registro de temperaturas da água significativamente maiores que a média histórica. O aquecimento global, junto com o El Niño, continuam a fazer deste o mais severo e difundido evento de branqueamento. E, ao que tudo indica, vai durar por pelo menos mais um ano, o que nunca se observou antes.

A Grande Barreira de Corais da Austrália, por exemplo, que possui uma faixa de mais de 2.000 quilômetros de corais vem sofrendo um grande processo de branqueamento que afetou 93% dos seus corais, para desespero da comunidade científica e das operadoras de turismo, que encontram no atrativo sua grande fonte de renda. Para se ter uma ideia, desses 93% dos corais branqueados na Austrália, cerca de 50% morreu. Estima-se que 38% dos recifes de corais de todo o mundo tenham branqueado este ano
Brasília (13/07/2016).

Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280

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