Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, no litoral de São Paulo

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Embora recém-criado, refúgio de vida silvestre no litoral de São Paulo já tem o que comemorar: é a primeira unidade de conservação federal a publicar plano de manejo no primeiro ano de existência
Criado em 2 de agosto de 2016, o Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, no litoral de São Paulo, faz aniversário nesta quarta-feira (2) com uma marca positiva: é a primeira unidade de conservação federal a publicar o plano de manejo no primeiro ano de existência, o que possibilita uma implementação planejada com amplo respaldo legal para a gestão.

A equipe está, no momento, planejando e estruturando a unidade para abertura à visitação pública com atividades experimentais de mergulho recreativo e passeio embarcado. É uma reivindicação de vários setores locais, que possibilita a apropriação e valorização pela sociedade deste importante patrimônio natural.

O refúgio é gerido de forma unificada com a Estação Ecológica Tupinambás, compondo o Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Alcatrazes. Nas duas unidades foram registradas 1.300 espécies, sendo que 93 delas estão sob algum grau de ameaça de extinção. 

O arquipélago dos Alcatrazes possui a fauna recifal mais conservada e biodiversa do Sudeste e Sul do Brasil, sendo também área de reprodução e crescimento de espécies de valor comercial para o setor pesqueiro. Regionalmente é reconhecido como patrimônio natural, referência de paisagem para a população, além de abrigar sítios arqueológicos e importante patrimônio histórico.

Dentre as espécies marinhas ameaçadas de extinção, protegidas pela unidade, estão a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), a tartaruga-verde (Chelonia mydas), o tubarão-martelo (Sphyrna lewini), o cação-anjo (Squatina guggenheim), a raia-viola (Rhinobatos horkelii), a raia-manta (Manta birostris), além de alguns invertebrados.

Na região há ocorrência de baleias e golfinhos, sendo ao todo 10 espécies registradas para o arquipélago, com destaque para a baleia-de-Bryde (Balaenoptera edeni), baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) e o golfinho-pintado-do-atlântico (Stenella frontalis).

Dentre as espécies insulares terrestres endêmicas, estão a jararaca de Alcatrazes (Bothrops alcatraz), a perereca de Alcatrazes (Scinax alcatraz) e a rã de Alcatrazes (Cycloramphus faustoi), criticamente ameaçada de extinção.

O Refúgio abriga também um dos maiores ninhais do país com nidificação de fragatas (Fregata magnificens), atobás (Sula leucogaster) e gaivotões (Larus dominicanus). Foram registradas 91 espécies de aves, sendo que 37 delas são residentes, entre aves oceânicas, insulares costeiras, migrantes de longo percurso (praieiras), aquáticas costeiras, terrestres e florestais. Dentre elas, 12 espécies estão ameaçadas de extinção, sendo seis são residentes, que dependem exclusivamente de Alcatrazes para procriação.

A vegetação do arquipélago é caracterizada por áreas de mata atlântica e campos rupestres. A ilha de Alcatrazes tem como espécies vegetais endêmicas um antúrio (Anthurium alcatrazensis), uma begônia (Begonia venosa).

As características únicas e o status de conservação do arquipélago dos Alcatrazes fazem com que o refúgio seja referência para estudos científicos sobre ecossistemas marinhos, sendo considerado um dos “laboratórios naturais” mais importantes do país.
Fonte e Foto: Comunicação ICMBio

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