Pesquisadores de macroalgas antárticas desenvolvem substâncias para auxílio no tratamento do Alzheimer

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As algas marinhas representam um valioso tesouro para o fornecimento de produtos como os farmacêuticos, alimentícios e de combustíveis. Elas são as maiores produtoras de oxigênio do nosso planeta e também funcionam como ambiente de proteção e reprodução de organismos marinhos. Estas espécies são de grande interesse no ambiente antártico, pois estão em um ambiente extremo e necessitam de adaptações para seu desenvolvimento.



O projeto das algas marinhas bentônicas, coordenado pelo professor Pio Colepicolo Neto, do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), vem apresentando, ao longo de nove anos, dentro do Programa Antártico Brasileiro, grandes descobertas e formações de novos pesquisadores na área da ficologia.

Dentre estas descobertas estão as substâncias químicas que são encontradas em todas as espécies e que tem uma vasta aplicação Pesquisadores do Projeto Pio Colepicolo na Ilha Anvers sendo apoiados pelo Navio Polar Almirante Maximiano 05 na indústria farmacêutica, ao servir de base para a fabricação de antiinflamatórios, antifúngicos, antivirais, bactericidas, antioxidantes e, também, na agricultura. Um grande estudo que vem ganhando destaque dentro do projeto é a utilização destas substâncias químicas no tratamento da doença do Alzheimer.

Outros estudos são realizados com parcerias de Universidades como UNESP, UFRJ, UFPEL e Instituto de Botânica, que vem desenvolvendo o levantamento das espécies e sua distribuição ao longo da península antártica. Já na agricultura, por exemplo, antifúngicos extraídos de macroalgas podem ser aplicados sobre frutas como mamão e morango podendo aumentar o tempo de duração em semanas. Além destas aplicações, são desenvolvidos estudos com o potencial das espécies de algas na produção de biocombustíveis.

Estudos Fisiológicos são realizados, mostrando o crescimento, reprodução e composição de açúcares. Através destes estudos sabemos que as espécies antárticas, possuem uma alta taxa de crescimento e também reservam grande quantidade dos açúcares produzidos durante o verão para serem utilizados no inverno, devido a baixa quantidade de luz.

Durante a terceira e quarta fase da OPERANTAR XXXVI foi possível conhecer novas ilhas, nunca visitadas pelo projeto que trouxeram descobertas de grande interesse, além de desenvolver atividades como aná- lise da fotossíntese, reprodução, ecologia e química.


Fonte Informativo: Infocirm - Por Jônatas Martinez Canuto de Souza, doutorando em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente no Instituto de Botânica de São Paulo, no Núcleo de Pesquisa em Ficologia.

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